Morbidade hospitalar por transtornos de humor afetivos no Pará: análise epidemiológica transversal da última década

  • Autor
  • Matheus Furtado Dias
  • Co-autores
  • Melyssa Araújo Ferreira , Manoela Conceição Capacio Nogueira , Izabela Fuentes
  • Resumo
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    Introdução: Os transtornos de humor constituem um grupo de condições psiquiátricas caracterizadas por alterações persistentes do humor, que comprometem de forma significativa a funcionalidade e a qualidade de vida. Em casos graves, a internação hospitalar torna-se necessária para estabilização clínica, monitoramento intensivo e garantia da adesão ao tratamento. O presente estudo buscou analisar o perfil epidemiológico das internações hospitalares por transtornos de humor no estado do Pará ao longo dos últimos dez anos, observando a frequência dos casos, distribuição demográfica e mudanças temporais.

    Método: Trata-se de um estudo transversal, descritivo e quantitativo, baseado em dados do Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS), disponíveis no TabNet, DATASUS. Foram coletadas informações referentes ao período de 2015 a 2024, incluindo ano de internação, número de internações, sexo, idade e raça dos pacientes.

    Resultados e discussão: No período analisado, foram registradas 7.868 internações por transtornos de humor no Pará. O maior número de registros ocorreu em 2023, com 1.135 casos. Em relação ao sexo, observou-se predominância feminina, com 5.227 internações, em comparação a 2.641 do sexo masculino. Quanto à raça, destacaram-se os pacientes autodeclarados pardos, com 5.231 internações, seguidos por brancos com 957, pretos com 171, amarelos com 107 e 1.401 casos ignorados/em branco. A faixa etária mais acometida foi de 30 a 39 anos, com 2.206 internações, seguida pelas de 20 a 29 e 40 a 49 anos.

    Conclusão: Os resultados deste estudo demonstram que os transtornos de humor constituem um importante motivo de internação hospitalar no Pará, com destaque para a predominância em mulheres adultas jovens de raça parda, principalmente na faixa etária entre 20 e 39 anos. Essa distribuição reforça a relevância das condições psiquiátricas como problema de saúde pública e a necessidade de medidas preventivas e terapêuticas mais efetivas. A implementação de estratégias de diagnóstico precoce, acompanhamento contínuo e expansão dos serviços de saúde mental pode contribuir para reduzir o número de internações, minimizar complicações e promover melhor qualidade de vida aos pacientes. Além disso, os achados apontam para a urgência de fortalecer a rede de atenção psicossocial no estado, garantindo acesso equitativo e cuidados resolutivos, de forma a atender às necessidades específicas da população afetada.

     

  • Palavras-chave
  • Transtorno Bipolar; Epidemiologia; Morbidade
  • Modalidade
  • Pôster
  • Área Temática
  • Saúde Mental e Qualidade de Vida
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Belém, dezembro de 2025
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