Morbidade hospitalar por deficiência intelectual no Pará: análise epidemiológica transversal de 2008-2024

  • Autor
  • Matheus Furtado Dias
  • Co-autores
  • Wanderson Gonçalves e Gonçalves
  • Resumo
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    Introdução: Os transtornos do desenvolvimento intelectual são caracterizados por limitações significativas no funcionamento intelectual e no comportamento adaptativo, manifestando-se durante o período de desenvolvimento. Em situações de maior gravidade, como crises de comportamento, comorbidades clínicas ou necessidade de ajustes terapêuticos complexos, a internação hospitalar torna-se recurso indispensável para garantir segurança e continuidade do cuidado. O presente estudo teve como objetivo descrever o perfil epidemiológico das internações hospitalares por transtornos do desenvolvimento intelectual no estado do Pará, no período de 2008 a 2024, considerando frequência, distribuição demográfica e evolução temporal dos casos.


    Método: Realizou-se um estudo transversal, de caráter descritivo e quantitativo, utilizando dados obtidos no Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS) por meio do TabNet/DATASUS. Foram analisados o ano de ocorrência, número de internações, além de variáveis demográficas como sexo, idade e raça dos pacientes.


    Resultados e discussão: Entre 2008 e 2024, foram registradas 1.238 internações por transtornos do desenvolvimento intelectual no Pará. O maior número de internações ocorreu em 2009, com 161 registros. Observou-se maior prevalência em pacientes do sexo masculino, representando 858 casos, enquanto o sexo feminino contabilizou 380. Quanto à raça, destacaram-se as internações de pacientes pardos, com 367 internações, seguidos por brancos com 30, pretos com 9, amarelos com 4 e 828 casos ignorados/em branco. A faixa etária mais frequente foi a de 40 a 49 anos, seguida pelas de 20 a 29 anos e 30 a 39 anos.


    Conclusão: O estudo mostrou que os transtornos do desenvolvimento intelectual constituem motivo relevante de internação hospitalar no Pará entre 2008 e 2024, com maior incidência em adultos jovens, do sexo masculino e de raça parda. Esse perfil evidencia a necessidade de ampliar o suporte oferecido na rede de saúde, garantindo acompanhamento precoce e integral para reduzir o número de hospitalizações. Políticas públicas voltadas ao cuidado multidisciplinar, com integração entre diferentes níveis de atenção, são fundamentais para melhorar o prognóstico, diminuir complicações e favorecer a qualidade de vida das pessoas com deficiência intelectual e suas famílias. Os resultados reforçam, portanto, a importância do planejamento de estratégias específicas que atendam à realidade epidemiológica local, visando reduzir desigualdades e promover uma assistência mais equitativa e resolutiva.

     

  • Palavras-chave
  • Deficiência Intelectual; Epidemiologia; Morbidade
  • Modalidade
  • Pôster
  • Área Temática
  • Saúde Mental e Qualidade de Vida
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