Introdução: O uso de Big Data na saúde coletiva representa uma das inovações mais promissoras para o aprimoramento das políticas públicas e da vigilância epidemiológica. A análise de grandes volumes de dados provenientes de sistemas como DATASUS, SINAN e e-SUS pode melhorar o monitoramento de doenças, a distribuição de recursos e a tomada de decisões baseadas em evidências. Essa integração de dados permite identificar áreas de maior vulnerabilidade e orientar ações preventivas mais eficazes. No entanto, o Brasil ainda enfrenta desafios importantes, como a fragmentação dos sistemas de informação, a falta de interoperabilidade, limitações na infraestrutura tecnológica e questões éticas e legais relacionadas à proteção de dados pessoais. Objetivo: Analisar o potencial e os desafios do uso de Big Data na saúde coletiva brasileira, com foco na aplicação de dados públicos para a vigilância e prevenção de doenças. Metodologia: Trata-se de uma revisão integrativa da literatura, realizada entre setembro e outubro de 2025, a partir de publicações indexadas nas bases SciELO, e PubMed. Foram incluídos artigos publicados entre 2015 e 2025 que abordaram o uso de Big Data na saúde pública brasileira. Utilizaram-se os descritores Big Data, Saúde Pública, Prevenção de Doenças e Brasil. Após leitura e análise crítica, as evidências foram agrupadas em dois eixos: potencialidades e desafios da aplicação de Big Data na prevenção em saúde. Resultados: Os estudos analisados indicam que o uso de Big Data tem potencial para aprimorar a prevenção de doenças e a eficiência da gestão em saúde pública. O cruzamento de dados de diferentes fontes permite identificar padrões epidemiológicos e apoiar a formulação de políticas baseadas em evidências. Essa abordagem favorece o direcionamento de recursos e o planejamento de estratégias de prevenção mais precisas, especialmente em doenças transmissíveis e crônicas. Por outro lado, persistem desafios significativos, como falhas na qualidade e padronização dos dados, ausência de integração entre sistemas, escassez de profissionais qualificados e barreiras éticas e legais. Além disso, regiões remotas e com baixa conectividade apresentam maiores dificuldades de registro e notificação, o que compromete o uso efetivo dos dados para fins de vigilância epidemiológica. Conclusão: O Big Data oferece oportunidades relevantes para a transformação da saúde coletiva no Brasil, permitindo o desenvolvimento de estratégias de prevenção mais precisas e fundamentadas em evidências. Contudo, para que esse potencial seja plenamente explorado, é essencial investir em infraestrutura tecnológica, capacitação de profissionais e políticas de governança de dados que assegurem a qualidade, a integração e a ética no uso das informações. A colaboração entre universidades, gestores públicos e o setor tecnológico é fundamental para consolidar uma saúde pública de precisão, capaz de antecipar riscos e promover ações preventivas mais eficazes.
É com grande satisfação que apresentamos os Anais do I Congresso Paraense de Saúde Preventiva, um marco pioneiro no cenário da saúde no Pará e uma iniciativa que reafirma o compromisso da Sociedade Médico Cirúrgica do Pará (SMCP) com a construção de um futuro mais saudável, sustentável e baseado em evidências científicas.
Este volume reúne os resumos aceitos e apresentados no congresso, disponibilizados em formato digital para ampliar o acesso ao conhecimento e valorizar a produção acadêmica e profissional dos participantes. Trata-se de um mosaico de ideias, pesquisas, experiências e reflexões que expressam a pluralidade e a riqueza da saúde preventiva em suas diversas dimensões — clínica, social, ambiental, tecnológica e educacional.
Os trabalhos aqui publicados representam não apenas o esforço individual de seus autores, mas também o ambiente fértil de diálogo que o congresso proporcionou. Cada resumo reflete a busca por soluções inovadoras, práticas sustentáveis e estratégias de promoção da qualidade de vida, alinhadas ao tema central desta edição.
Ao disponibilizarmos estes Anais no ambiente digital, reforçamos nossa missão de democratizar o acesso à informação, estimular a pesquisa local e incentivar a participação de estudantes, profissionais e instituições na construção de uma agenda integrada de prevenção e cuidado.
Agradecemos a todos os pesquisadores, orientadores, avaliadores e membros da comissão científica pela dedicação e pelo compromisso com a excelência. Que este documento sirva como registro histórico e, ao mesmo tempo, como inspiração para novas investigações, projetos e parcerias.
Que os Anais do I Congresso Paraense de Saúde Preventiva contribuam para fortalecer uma cultura de conhecimento, inovação e responsabilidade coletiva — bases essenciais para uma saúde verdadeiramente transformadora.
Belém, dezembro de 2025
Sociedade Médico Cirúrgica do Pará – SMCP
Comissão Organizadora
I Congresso de Saúde Preventiva
Comissão Científica