ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DOS CASOS DE DENGUE, CHIKUNGUNYA E ZIKA NOS MUNICÍPIOS DE ABAETETUBA, BARCARENA E IGARAPÉ-MIRI NOS ANOS DE 2019 A 2024

  • Autor
  • Silmara Pereira Sousa
  • Co-autores
  • Alessandra Nascimento de Oliveira , Fabiana Pinheiro da Silva Abreu , Izabela Fuentes
  • Resumo
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    INTRODUÇÃO: As arboviroses Chikungunya, Dengue, Zika continuam sendo um grave problema de saúde pública no Brasil, com a sua dinâmica de transmissão ligada às condições socioambientais e à infraestrutura sanitária precária, comum na Região Norte. No Pará, a situação epidemiológica é de alta vulnerabilidade, como é o caso nos municípios de Abaetetuba, Igarapé-Miri e Barcarena, na região do Baixo Tocantins, onde a deficiência no saneamento e no manejo de resíduos potencializa a proliferação do vetor Aedes aegypti. OBJETIVO: Avaliar a incidência de Chikungunya, Dengue, Zika nos municípios de Abaetetuba, Igarapé-Miri e Barcarena, na região do Baixo Tocantins, considerando a variação entre os anos e meses de notificação, municípios, sexo e faixa etária, de modo a identificar padrões e fornecer subsídios para estratégias de controle e prevenção. METODOLOGIA: Estudo retrospectivo baseado em dados do SUS, através do TabNet, abrangendo o período de 2019 a 2024. Foram analisados casos de Zika, Dengue, Chikungunya, considerando sexo, faixa etária, mês e município de notificação. RESULTADOS: Os resultados revelaram que, entre 2019 e 2024, foram notificados 1.751 casos de arboviroses na região de estudo, com a Dengue (880 casos) e a Chikungunya (842 casos) apresentando maior volume, enquanto a Zika registrou baixa circulação (29 casos). A carga de casos foi maior em Barcarena, com 442 notificações de Chikungunya, e em Abaetetuba, que registrou 364 casos de Dengue, sendo 2024 o ano de pico de incidência, com surtos de ambas as doenças concentrados nessas cidades. A Zika, embora de baixo nível endêmico, teve um aumento abrupto em Abaetetuba em 2024, que concentrou 52,9% de seus casos nesse ano. Em relação ao perfil, houve predomínio de casos em mulheres para Chikungunya (56-58%) e Zika (62,1%), e a maior carga das três arboviroses se concentrou em adultos jovens (20 a 39 anos). CONCLUSÃO: A análise epidemiológica demonstra a elevada vulnerabilidade da região do Baixo Tocantins às arboviroses, com a ocorrência de surtos expressivos de Dengue e Chikungunya, notadamente em 2024, concentrados em Abaetetuba e Barcarena. A forte correlação intermunicipal e a sazonalidade, marcada pelos picos no período chuvoso (primeiro trimestre), sugere uma forte ligação entre aspectos ambientais e a circulação das arboviroses na região, impulsionada por fatores macro-regionais e pelas deficiências no saneamento e manejo de resíduos. O predomínio de casos em adultos jovens (20 a 39 anos) e em mulheres para Zika e Chikungunya indica a necessidade de ações de saúde coordenadas, priorizando a vigilância de gestantes e a intensificação das medidas de controle vetorial e de promoção de saneamento básico, especialmente nos períodos pré-chuvosos, para mitigar a recorrência de surtos.

  • Palavras-chave
  • Dengue; Chikungunya; Zika Vírus; Aedes; Epidemiologia; Saneamento Básico; Pará
  • Modalidade
  • Pôster
  • Área Temática
  • Prevenção e Controle de Doenças Infecciosas e Endêmicas
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É com grande satisfação que apresentamos os Anais do I Congresso Paraense de Saúde Preventiva, um marco pioneiro no cenário da saúde no Pará e uma iniciativa que reafirma o compromisso da Sociedade Médico Cirúrgica do Pará (SMCP) com a construção de um futuro mais saudável, sustentável e baseado em evidências científicas.

Este volume reúne os resumos aceitos e apresentados no congresso, disponibilizados em formato digital para ampliar o acesso ao conhecimento e valorizar a produção acadêmica e profissional dos participantes. Trata-se de um mosaico de ideias, pesquisas, experiências e reflexões que expressam a pluralidade e a riqueza da saúde preventiva em suas diversas dimensões — clínica, social, ambiental, tecnológica e educacional.

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Ao disponibilizarmos estes Anais no ambiente digital, reforçamos nossa missão de democratizar o acesso à informação, estimular a pesquisa local e incentivar a participação de estudantes, profissionais e instituições na construção de uma agenda integrada de prevenção e cuidado.

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Que os Anais do I Congresso Paraense de Saúde Preventiva contribuam para fortalecer uma cultura de conhecimento, inovação e responsabilidade coletiva — bases essenciais para uma saúde verdadeiramente transformadora.

Belém, dezembro de 2025
Sociedade Médico Cirúrgica do Pará – SMCP

 

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