Avaliação e abordagem das quedas em pacientes idosos atendidos em um serviço de referência em Geriatria e Gerontologia

  • Autor
  • Yllana Thais Souza Silva
  • Co-autores
  • Brenda Nazaré Gomes Andriolo , Niele Silva de Moraes , Hideraldo Luis Souza Cabeça , Cynthia Charone
  • Resumo
  • As quedas são uma das principais causas de morbimortalidade e perda funcional em idosos, resultando da interação entre múltiplos fatores. O reconhecimento precoce desses fatores e a adoção de estratégias preventivas são fundamentais para preservar a funcionalidade e a qualidade de vida. Objetivo: Avaliar a ocorrência de quedas em idosos atendidos em um serviço de referência em Geriatria e Gerontologia no Pará, identificando frequência e circunstâncias, além da classificação do risco de novas quedas, a fim de subsidiar estratégias de prevenção e manejo multidisciplinar. Metodologia: Estudo observacional, descritivo e transversal, realizado entre outubro de 2024 e outubro de 2025, em serviço ambulatorial de geriatria e gerontologia. Foram incluídos idosos (?60 anos) com registro de avaliação após relato de quedas em prontuário eletrônico. As informações foram obtidas a partir da ficha protocolar de avaliação de quedas aplicada pela equipe de enfermagem, contemplando circunstâncias do evento, sintomas, velocidade de marcha e fatores ambientais. O risco de novas quedas foi classificado segundo o World Falls Guidelines. A análise foi quantitativa e descritiva, expressa em medidas de frequência. Resultados: Foram avaliados 98 idosos, com predomínio do sexo feminino. O sintoma mais frequente foi desequilíbrio (61,9%), seguido de fraqueza (17,2%) e vertigem/tontura (12,7%). Quase metade (47,5%) apresentou queda prévia no último ano, 51,7% relataram instabilidade ao caminhar e 50% medo de cair. Causas ambientais estiveram presentes em 28,8% dos casos, e 41,5% dos idosos estavam acompanhados no momento da queda. Hipotensão postural foi observada em 9,5%, déficit visual em 30,3%, déficit auditivo em 21,0%, comprometimento cognitivo em 7,7% e perda ponderal ?4,5 kg em 5,4%. Alterações recentes de medicação foram relatadas por 80,7%. No teste de velocidade de marcha, 54,5% apresentaram velocidade ?1 m/s. Segundo o guideline mundial, um terço dos participantes foi de baixo risco, um terço intermediário e um terço alto risco. Conclusão: As quedas permanecem eventos frequentes e multifatoriais, mesmo em contextos de cuidado especializado. O baixo número de causas ambientais pode refletir o impacto das ações preventivas e da educação em saúde sistematizadas pela equipe interdisciplinar. Por outro lado, a alta frequência de quedas após ajustes de medicação, embora sem relação causal comprovada, evidencia a vulnerabilidade funcional dos idosos e reforça a necessidade de monitoramento rigoroso após modificações terapêuticas. A predominância de sintomas como desequilíbrio e fraqueza destaca a importância de estratégias contínuas de reabilitação e fortalecimento muscular, integradas à avaliação geriátrica multidimensional. O estudo reafirma o papel dos serviços de geriatria e gerontologia na promoção da segurança, funcionalidade e qualidade de vida da pessoa idosa, consolidando o cuidado longitudinal como eixo estruturante da prevenção de quedas.

     

  • Palavras-chave
  • acidentes por queda, funcionalidade, idoso, estudos transversais
  • Modalidade
  • Pôster
  • Área Temática
  • Promoção da Saúde e Prevenção de Doenças Crônicas
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Este volume reúne os resumos aceitos e apresentados no congresso, disponibilizados em formato digital para ampliar o acesso ao conhecimento e valorizar a produção acadêmica e profissional dos participantes. Trata-se de um mosaico de ideias, pesquisas, experiências e reflexões que expressam a pluralidade e a riqueza da saúde preventiva em suas diversas dimensões — clínica, social, ambiental, tecnológica e educacional.

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Belém, dezembro de 2025
Sociedade Médico Cirúrgica do Pará – SMCP

 

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