Perfil epidemiológico da tuberculose na região norte nos anos de 2019 e 2024

  • Autor
  • Fábio Giugni Cavalcante De Montalvão Neves
  • Co-autores
  • Gabriela Braga Rodrigues , Deborah Victória dos Santos Ganzer , Juliane da Silva Azevedo , Luiza Beatriz da Silva Moraes
  • Resumo
  • Introdução:
    A tuberculose (TB) continua sendo importante problema de saúde pública no Brasil, sobretudo em regiões socialmente vulneráveis. Embora a forma pulmonar seja mais prevalente, as manifestações extrapulmonares, como a tuberculose cutânea, merecem atenção pelo diagnóstico difícil e pela possibilidade de subnotificação. Responsável por 1 a 3% dos casos de TB, essa forma reflete desigualdades estruturais e desafios assistenciais. A Região Norte, marcada por vastas áreas de difícil acesso e limitações na atenção à saúde, constitui cenário estratégico para análise epidemiológica. O objetivo deste estudo é descrever o perfil da tuberculose cutânea na Região Norte do Brasil entre 2019 e 2024.

    Metodologia:
    Estudo epidemiológico, descritivo e quantitativo, baseado em dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), disponibilizados pelo Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). Foram analisadas as variáveis tipo de entrada, ano de diagnóstico, unidade federativa de notificação, faixa etária, sexo e raça/cor, referentes aos casos confirmados de tuberculose cutânea entre 2019 e 2024.

    Resultados:
    Entre 2019 e 2024, notificaram-se 172 casos de tuberculose cutânea na Região Norte, sendo 143 novos e 14 reingressos após abandono. O ano de 2023 apresentou maior concentração (37 casos), seguido de 2022 (35) e de 2021 e 2024 (29 cada). Pará e Amazonas reuniram cerca de 86% das notificações, com 86 e 62 casos, respectivamente. Houve predomínio nas faixas etárias de 20–29 anos (34), 40–49 (31) e 50–59 (30). A distribuição entre os sexos foi equilibrada, com 83 registros masculinos e 89 femininos. A raça/cor parda apresentou maior frequência (128 casos), indicando vulnerabilidade social associada à doença.

    Discussão:
    Embora rara, a tuberculose cutânea mantém relevância epidemiológica e social, sobretudo em áreas com menor acesso a serviços especializados. A concentração de casos no Norte evidencia desigualdades regionais e limitações estruturais que comprometem o diagnóstico precoce e o controle efetivo. O predomínio em adultos pardos e em idade produtiva reflete o impacto das condições socioeconômicas sobre a morbidade. A baixa sensibilidade dos métodos bacteriológicos e a heterogeneidade clínica exigem integração entre exame físico, histopatologia e testes moleculares. Fortalecer a vigilância, capacitar profissionais e ampliar o acesso a diagnósticos são medidas cruciais para reduzir o subdiagnóstico.

     

    Conclusão:
    A tuberculose cutânea, embora incomum, apresenta relevância epidemiológica na Região Norte, associada à vulnerabilidade social e à limitação de recursos diagnósticos. O fortalecimento da Atenção Básica, o diagnóstico precoce e a integração entre níveis assistenciais são essenciais para reduzir o subdiagnóstico, promover a equidade e aprimorar o controle da tuberculose no Brasil.

     

  • Palavras-chave
  • Doenças infecciosas, Tuberculose cutânea, Epidemiologia
  • Modalidade
  • Pôster
  • Área Temática
  • Prevenção e Controle de Doenças Infecciosas e Endêmicas
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Belém, dezembro de 2025
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