Desigualdades Regionais na Mortalidade por Doenças Cardiovasculares no Brasil: Tendências nas Regiões Norte e Nordeste (2020–2025)

  • Autor
  • Manoel Siebra Lopes Neto
  • Co-autores
  • Isabela Calandrini Serruya , Adria Juliana Auzier Duarte , Leticia Lani Teixeira das Chagas , Luiza Pinon Nery de Oliveira
  • Resumo
  • Introdução: As doenças cardiovasculares (DCV) continuam sendo a principal causa de mortalidade no Brasil, representando um importante desafio para o sistema público de saúde. Apesar da redução progressiva das taxas de óbito nas últimas décadas, observa-se uma distribuição geográfica desigual desses indicadores, com persistência ou até reversão das tendências de queda em regiões com menores níveis de desenvolvimento socioeconômico. Essa heterogeneidade reflete disparidades estruturais no acesso aos serviços de saúde, na cobertura de atenção primária e no controle de fatores de risco, especialmente nas regiões Norte e Nordeste do país. Objetivos: Analisar as tendências de mortalidade por DCV entre janeiro de 2020 e agosto de 2025, comparando as regiões Norte e Nordeste quanto ao volume absoluto de óbitos e evolução temporal. Métodos: Estudo epidemiológico observacional e descritivo, com abordagem quali-quantitativa. Foram utilizados dados do Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS), acessados pelo portal DATASUS em novembro de 2025, referentes aos casos de mortalidade de doenças cardiovasculares notificados no Norte e Nordeste entre 2020 e 2025. Resultados: No total, foram registrados 171.673 óbitos por DCV no Norte e Nordeste entre janeiro de 2020 e agosto de 2025. A Região Nordeste concentrou a maior parcela (140.345 óbitos; 81,7% do total), seguida pela Região Norte (31.328 óbitos; 18,3%). Ambas apresentaram aumento contínuo entre 2020 e 2024, com elevação de 21.420 para 26.326 mortes no Nordeste e de 4.694 para 5.842 no Norte. Em 2025, observou-se redução parcial nos registros até agosto (17.352 e 4.278 óbitos, respectivamente), atribuída ao período de consolidação dos dados. O crescimento acumulado no quinquênio indica tendência ascendente de mortalidade cardiovascular nas duas regiões, com maior magnitude relativa no Norte. Conclusão: Entre 2020 e 2025, as regiões Norte e Nordeste apresentaram aumento nas mortes por doenças cardiovasculares, com padrões distintos. O Norte, embora com menos óbitos, teve crescimento proporcional mais elevado, refletindo maior vulnerabilidade estrutural e assistencial. O Nordeste manteve maior volume absoluto, mas com tendência de estabilização nos últimos anos, possivelmente devido à maior cobertura da atenção básica. Além disso, a subnotificação, mais frequente em áreas remotas do Norte, pode subestimar a real magnitude da mortalidade. Em suma, esses resultados evidenciam desigualdades regionais persistentes e a necessidade de fortalecer a vigilância epidemiológica e o acesso equitativo ao cuidado cardiovascular.

  • Palavras-chave
  • Doenças Cardiovasculares, Epidemiologia, Desigualdades em Saúde
  • Modalidade
  • Pôster
  • Área Temática
  • Promoção da Saúde e Prevenção de Doenças Crônicas
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Belém, dezembro de 2025
Sociedade Médico Cirúrgica do Pará – SMCP

 

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