RESISTÊNCIAS À VACINAÇÃO E DESIGUALDADE SOCIAL: UM PARALELO ENTRE A REVOLTA DA VACINA E O MOVIMENTO ANTIVACINA NA PANDEMIA DE COVID-19.

  • Autor
  • Roberto Canto Lisboa
  • Co-autores
  • Samyra Rocha Hamad , Esdras Edgar Batista Pereira
  • Resumo
  •  

    Introdução: A história da saúde pública brasileira é atravessada por conflitos entre Estado e população, especialmente em momentos de crise sanitária, como na Revolta da Vacina (1904) e na pandemia de Covid-19. Esses paralelos demonstram que as resistências vacinais não decorrem apenas de fatores individuais, mas se enraízam em processos estruturais de desconfiança, marginalização e desigualdade social. Refletir sobre essas experiências é essencial para aprimorar estratégias de comunicação e fortalecer a confiança pública nas políticas de saúde. Objetivo: O objetivo deste trabalho é comparar os contextos da Revolta da Vacina e do movimento antivacina na pandemia de Covid-19, analisando os fatores sociais, políticos e culturais que contribuíram para as resistências à vacinação e suas repercussões na saúde coletiva e na equidade social. Metodologia: Trata-se de uma revisão narrativa de literatura com abordagem qualitativa, voltada à análise histórica e sociopolítica das resistências vacinais. A busca bibliográfica foi realizada nas bases SciELO e PubMed, complementada por consultas ao Google Scholar. Utilizaram-se os descritores “Revolta da Vacina”, “Covid-19”, “movimento antivacina”, “hesitação vacinal”, “desigualdade social” e “comunicação em saúde”, em português e inglês. Incluíram-se artigos originais, revisões e ensaios publicados entre 2000 e 2024 que discutissem determinantes sociais, políticos e comunicacionais da resistência à vacinação. Foram excluídos estudos puramente clínicos ou laboratoriais. A análise dos textos selecionados foi feita por leitura interpretativa, com identificação de categorias temáticas que permitiram uma síntese integrativa dos achados. Resultados e discussão: A Revolta da Vacina teve como estopim a obrigatoriedade da vacinação contra a varíola, mas foi impulsionada por fatores como as reformas urbanas autoritárias, a repressão violenta, a invasão de domicílios e a desinformação. Já na pandemia de Covid-19, o fenômeno da hesitação vacinal assumiu novas formas, associadas à circulação massiva de desinformação, à polarização política, à crise de credibilidade institucional e às desigualdades no acesso à informação e aos serviços de saúde. Em ambos os contextos, observa-se a manutenção da vulnerabilidade de grupos historicamente marginalizados — sobretudo populações negras e periféricas —, evidenciando a dimensão política e social da confiança em saúde pública. Conclusão: As resistências à vacinação, longe de serem fenômenos isolados ou irracionais, refletem a persistência da exclusão e da desconfiança em relação ao Estado. O reconhecimento dos paralelos históricos pode subsidiar estratégias de comunicação e políticas de vacinação mais inclusivas e participativas, contribuindo para reduzir desigualdades e fortalecer a confiança pública na saúde.

  • Palavras-chave
  • Revolta da Vacina; Covid-19; Movimento Antivacinação; Desigualdade Social; Saúde Pública.
  • Modalidade
  • Pôster
  • Área Temática
  • Prevenção e Controle de Doenças Infecciosas e Endêmicas
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Belém, dezembro de 2025
Sociedade Médico Cirúrgica do Pará – SMCP

 

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