Introdução: As malformações congênitas, deformidades e anomalias cromossômicas são causas relevantes de morbidade e mortalidade, sobretudo no período neonatal, configurando desafio para os serviços de saúde. Na Região Amazônica, marcada por vasto território e desigualdades no acesso a cuidados especializados, compreender a distribuição dessas condições é essencial para orientar ações de prevenção, diagnóstico precoce e fortalecimento da atenção materno-infantil. A análise desse cenário contribui para reduzir desigualdades e subsidiar investimentos em serviços de maior complexidade. Objetivo: Descrever o perfil das internações por malformações congênitas, deformidades e anomalias cromossômicas na Região Norte do Brasil entre 2015 e 2025, analisando sua distribuição por estado e faixa etária. Metodologia: Estudo descritivo com dados do Sistema de Informações Hospitalares do SUS, referentes ao período de janeiro de 2015 a agosto de 2025, considerando internações classificadas no Capítulo XVII da CID-10 para residentes da Região Norte. Analisou-se a distribuição entre estados e faixas etárias. Resultados: No período, registraram-se 62.075 internações na Região Norte. O Pará concentrou 25.997 casos e o Amazonas 15.419, totalizando cerca de 66% das internações regionais. Rondônia apresentou 7.579 internações, Tocantins 5.534, Acre 3.635, Roraima 2.763 e Amapá 1.148. A concentração nos estados com maior infraestrutura sugere deslocamento de pacientes de áreas com menor capacidade assistencial para centros regionais de referência. Quanto à distribuição etária, observou-se predominância em crianças pequenas: 20.852 internações em menores de 1 ano (cerca de um terço do total), 14.384 entre 1 e 4 anos e 8.725 entre 5 e 9 anos, somando mais de 70% das internações. Em adolescentes, registraram-se 5.424 internações entre 10 e 14 anos e 2.388 entre 15 e 19 anos. Em adultos e idosos, houve redução progressiva, embora alguns casos indiquem necessidade de acompanhamento prolongado. A concentração dos casos na infância e em estados com maior capacidade hospitalar evidencia relação entre impacto das condições congênitas, qualidade do pré-natal, triagem neonatal e oferta de serviços especializados em genética e cirurgia pediátrica. As desigualdades regionais reforçam a importância de ampliar a capacidade diagnóstica e terapêutica em áreas periféricas da Amazônia, reduzindo deslocamentos e desigualdades de cuidado. Conclusão: As malformações congênitas e anomalias cromossômicas constituem importante problema de saúde pública na Região Norte, afetando predominantemente crianças e concentrando-se em centros de maior complexidade. O fortalecimento da rede materno-infantil, a ampliação da triagem neonatal e o investimento em serviços especializados são essenciais para promover cuidado integral e equitativo às famílias afetadas.
É com grande satisfação que apresentamos os Anais do I Congresso Paraense de Saúde Preventiva, um marco pioneiro no cenário da saúde no Pará e uma iniciativa que reafirma o compromisso da Sociedade Médico Cirúrgica do Pará (SMCP) com a construção de um futuro mais saudável, sustentável e baseado em evidências científicas.
Este volume reúne os resumos aceitos e apresentados no congresso, disponibilizados em formato digital para ampliar o acesso ao conhecimento e valorizar a produção acadêmica e profissional dos participantes. Trata-se de um mosaico de ideias, pesquisas, experiências e reflexões que expressam a pluralidade e a riqueza da saúde preventiva em suas diversas dimensões — clínica, social, ambiental, tecnológica e educacional.
Os trabalhos aqui publicados representam não apenas o esforço individual de seus autores, mas também o ambiente fértil de diálogo que o congresso proporcionou. Cada resumo reflete a busca por soluções inovadoras, práticas sustentáveis e estratégias de promoção da qualidade de vida, alinhadas ao tema central desta edição.
Ao disponibilizarmos estes Anais no ambiente digital, reforçamos nossa missão de democratizar o acesso à informação, estimular a pesquisa local e incentivar a participação de estudantes, profissionais e instituições na construção de uma agenda integrada de prevenção e cuidado.
Agradecemos a todos os pesquisadores, orientadores, avaliadores e membros da comissão científica pela dedicação e pelo compromisso com a excelência. Que este documento sirva como registro histórico e, ao mesmo tempo, como inspiração para novas investigações, projetos e parcerias.
Que os Anais do I Congresso Paraense de Saúde Preventiva contribuam para fortalecer uma cultura de conhecimento, inovação e responsabilidade coletiva — bases essenciais para uma saúde verdadeiramente transformadora.
Belém, dezembro de 2025
Sociedade Médico Cirúrgica do Pará – SMCP
Comissão Organizadora
I Congresso de Saúde Preventiva
Comissão Científica