A crescente longevidade da força de trabalho e a rápida digitalização dos processos organizacionais evidenciam a urgência de políticas que promovam diversidade etária, inclusão de profissionais maduros e equidade no acesso a transições laborais dignas. A imersão em transformação digital na China, fundamentada nos princípios de “prosperidade comum” e “centralidade nas pessoas”, e a pesquisa empírica sobre a educação para aposentadoria entre servidores públicos brasileiros são correlacionadas para identificar lacunas e práticas promissoras no âmbito de diversidade, inclusão e equidade (DIE). O objetivo deste estudo é correlacionar os princípios de desenvolvimento humano observados na experiência chinesa com os achados da investigação acadêmica sobre transição para a aposentadoria, propondo diretrizes institucionais de DIE orientadas à diversidade etária, inclusão processual e equidade informacional. O aporte teórico articula a teoria da continuidade (que sustenta a manutenção de papéis significativos ao longo da vida profissional) e os estudos sobre escolhas intertemporais (que demonstram que o planejamento previdenciário atua como instrumento de justiça distributiva), integrando também o marco normativo brasileiro sobre educação para aposentadoria como política de proteção social. Metodologicamente, utilizou-se análise temática comparativa entre os eixos conceituais da imersão chinesa — prosperidade comum, centralidade nas pessoas e participação social — e as categorias empíricas da dissertação: fatores de risco, fatores de proteção, adesão à educação para aposentadoria e abono de permanência, estruturadas em uma matriz analítica aplicada a entrevistas e questionários com servidores. Os resultados mostram três dimensões-chave para DIE: (1) inclusão processual — participação dos trabalhadores maduros nas decisões de carreira e aposentadoria; (2) equidade informacional — acesso universal e qualificado à educação para aposentadoria; (3) justiça etária — reconhecimento da experiência profissional e combate ao ageísmo institucional. Conclui-se que a integração desses referenciais permite formular uma abordagem de diversidade, inclusão e equidade com ênfase na diversidade etária e na promoção de transições dignas e sustentáveis. A experiência chinesa oferece princípios éticos e políticos de justiça social, enquanto a pesquisa acadêmica fornece evidências aplicáveis de intervenção organizacional orientada ao bem-estar e à equidade. Essa correlação contribui para o desenvolvimento de políticas institucionais alinhadas à agenda de DIE no contexto da transformação digital e do envelhecimento laboral, reforçando o compromisso com ambientes de trabalho mais humanos, inclusivos e equitativos.
Comissão Científica
Ad. Isabela Regina Fornari Muller, Dra. - Coordenadora
Ana Castanheira - Membro
Adm. Letícia Martins Membro
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