O presente trabalho pretende explicar como os astrônomos obtêm informações sobre estrelas, galáxias, nebulosas, enfim sobre objetos situados além do Sistema Solar. A obtenção e a análise de espectros são feitas através de uma técnica chamada espectroscopia cuja base qualitativa é creditada ao físico inglês Isaac Newton que demonstrou, em 1665-66, o fenômeno da dispersão da luz branca e foi ele quem introduziu a palavra “espectro” para nomear o conjunto de cores visto durante a dispersão da luz branca do Sol. A base quantitativa da espectroscopia surge em 1814 com os experimentos do alemão Joseph Von Fraunhofer constatando que o espectro solar contém centenas de linhas negras sobre as brilhantes nomeando as mais fortes com letras maiúsculas (A, B, C, ...) e as mais fracas com letras minúsculas. Por outro lado, o espectroscópio construído por Robert Bunsen e Gustav Kirchhoff em 1859 possibilitou que eles descobrissem que cada elemento químico emite um espectro formado por um conjunto de linhas específicas e para obtê-lo basta uma pequena amostra do material. Assim, sabendo que cada elemento produz linhas espectrais próprias, a utilização do espectroscópio se tornou de fundamental importância para análise de radiações eletromagnéticas. Isso possibilitou conhecer características de objetos longínquos analisando o espectro produzido pela luz que chega até nós. Foi analisando o espectro das protuberâncias solares que o astrônomo inglês Joseph N. Lockyer descobriu um novo elemento químico até então desconhecido na Terra, que denominou hélio. Mais ainda, a descoberta de que o Universo está em expansão deve-se a Edwin Hubble e seu colaborador Milton Humason após fotografarem e analisarem os espectros de várias galáxias. A propósito, a detecção de muitos exoplanetas e conhecimento de algumas de suas características foram possíveis devido ao espectrômetro HARPS (High Accuracy Radial Velocity Planet Searcher) que é um dos instrumentos mais precisos do mundo. Esses são apenas alguns exemplos das grandes contribuições da espectroscopia para a Astronomia. Para uma melhor compreensão de que a maioria das informações que se dispõe sobre objetos longínquos está na luz, os estudantes que participaram de uma oficina no IFPE – Campus Ipojuca durante a Semana Nacional do Meio Ambiente construíram espectroscópios e analisaram espectros de lâmpadas distintas e da chama de uma vela. O processo ensino-aprendizagem foi favorecido pela motivação e interação dos estudantes.
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Danilo Imparato
Maria Romênia da Silva
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