A prática fisioterapêutica e o uso de atividades lúdicas enquanto instrumento de promoção de saúde

A prática fisioterapêutica e o uso de atividades lúdicas enquanto instrumento de promoção de saúde

• Autor
• Rodrigo Cardoso dos Santos
• Co-autores
• Ana Catarina Leite Véras Medeiros , Johnatan Weslley Araujo Cruz , Marcos Vinícius Mota Santana
• Resumo

• Introdução: O conceito de Promoção da Saúde envolve múltiplos fatores que afetam a saúde, abrangendo desde seu conceito ampliado, aos conhecimentos científicos e empíricos e às ações interinstitucionais, considerando principalmente os determinantes sociais de saúde. Nessa perspectiva, é imprescindível buscar novas formas de atuar em saúde, ampliando o olhar além da doença e agindo em prol das transformações sociais e da qualidade de vida das pessoas. Partindo desse contexto e considerando a infância como um momento crucial para o desenvolvimento humano, a prática do brincar pode ser entendida como algo natural da vida infantil, podendo-se afirmar que ele envolve diversos aspectos, que incluem o físico, motor, emocional, social e cognitivo, contribuindo assim, para o processo de desenvolvimento e aprendizagem das crianças e potencializando a qualidade de vida também no ambiente escolar e familiar.

  Relato de experiência: O presente relato objetiva explanar uma experiência ocorrida em uma Instituição de Educação Infantil do município de Lagarto, Sergipe, na qual foram utilizadas atividades lúdicas enquanto instrumento de promoção de saúde. Utilizando-se o método do Arco de Charles Maguerez para a organização da atividade, observou-se a realidade da comunidade, identificou-se como ponto-chave a carência de estratégias lúdicas que estimulassem o desenvolvimento das crianças na referida instituição. Posteriormente, elaborou-se a hipótese de solução e propuseram-se ações para a transformação dessa realidade. Assim, as brincadeiras foram pensadas de forma que estimulassem o desenvolvimento psicomotor das crianças e se adequassem às faixas etárias de um a cinco anos, existentes na creche. Foram confeccionados artefatos lúdicos, em materiais recicláveis e produzidos à baixo custo, de forma que pudessem ser reproduzidos pela escola e pelos pais. As atividades foram desenvolvidas com as 50 crianças da instituição, e incluíram: caixas sensoriais, acerte o alvo, amarelinha, danças e twist.

  Impactos: Com a atividade foi possível fomentar um espaço de sociabilidade, construção e responsabilidade coletiva e cooperativa, possibilitando às crianças o contato com novas formas de brincar e o desenvolvimento social, psicomotor e afetivo. Além disso, possibilitou um movimento de desconstrução e reconstrução das relações interpessoais e emocionais, estimulando os professores e a diretoria a pensarem outras atividades que possam ser desenvolvidas, tanto por eles quanto pelos pais, de forma sustentável, cooperativa, coletiva e afetiva. Adicionalmente, ao final da atividade, foi afirmado pelo corpo docente que a atividade foi de suma importância para a creche, visto que há uma dificuldade em operacionalizar atividades lúdicas com as crianças. Para os acadêmicos de Fisioterapia, possibilitou uma maior proximidade com essas práticas, assim como visualizar novas e criativas formas de atuar para transformação da realidade.

  Considerações finais: Por conseguinte, é reconhecido que a experiência de utilização do lúdico enquanto instrumento educativo foi exitosa, tanto pela integração de diversos aspectos como o senso de coletividade, afetividade e desenvolvimento sociocultural e psicomotor, quanto pela possibilidade de vislumbrar novas formas de abordagens de ensino-aprendizagem. A prática possibilitou ainda o desenvolvimento de um vínculo mais próximo com as crianças e docentes, reforçando o compromisso e responsabilidade da prática fisioterapêutica perante a necessidade de repensar a promoção de saúde.

• Palavras-chave
• Lúdico; brincar; promoção de saúde; saúde coletiva.
• Área Temática
• Área da Saúde e afins