INTRODUÇÃO: Descoberta em 1963 na França, a Síndrome Cri du Chat ficou conhecida como síndrome de Lejeune ou Síndrome do Miado do Gato, devido a uma malformação da laringe reproduzindo choro característico que os bebês ou crianças apresentam parecidos a um pequeno gato em sofrimento. A dismorfia craniofacial é caracterizada pela microcefalia; a cara de lua; assimetria facial; palato ogival, podendo ocorrer lábio leporino ou de um palato fendido; hipertelorismo ocular que é caracterizado pelo distanciamento dos olhos. O desenvolvimento psicomotor dos afetados por esta síndrome é mais lento: a criança demora mais para obter controle cervical, rolar, sentar, andar ou falar. RELATO DE EXPERIÊNCIA: L.S.S. 4 meses, sexo masculino, idade gestacional ao nascimento de 37 semanas, 2.225 kg ao nascer, escore no teste de Apgar no primeiro minuto 7 e no quinto 8. O diagnóstico de Síndrome de Cri-du-Chat ocorreu no primeiro mês de vida. Iniciou acompanhamento fisioterapêutico aos 2 meses de vida em uma clínica escola de fisioterapia de uma instituição estadual de ensino superior em Jequié – Bahia. Este relato foi vivenciado no período de Outubro a Dezembro de 2018, em três atendimentos a cada semana. Inicialmente foi realizada a anamnese. A avaliação e reavaliação do desempenho psicomotor e avaliação cinético-funcional foi realizada pela (AIMS). Como referência utilizou-se os marcos do desenvolvimento da escala AIMS, com redefinição após cada reavaliação. Como recurso utilizou-se brinquedos de forma lúdica para estimular respostas motoras voluntárias na criança através do tratamento fisioterapêutico pelo Conceito Neuroevolutivo Bobath (CNB) inibe padrões de tônus anormal e facilita o surgimento de padrões de tônus normal, possibilitando a ocorrência de movimentos ativos e mais próximos do padrão típico. A criança foi estimulada e sua movimentação foi facilitada com mudanças de decúbito inicialmente passivas, e em seguida assistidas até haver uma transferência ativa. As intervenções ocorreram em prono por favorecer a postura extensora, contra a ação da gravidade e facilitar a aquisição de habilidades, no primeiro e segundo mês de terapia. IMPACTOS: Na primeira avaliação aos dois meses de vida, a pontuação pela escala AIMS foi de prono/3, supino/2, sentado/1, em pé/1, com escore total 7 e percentil menor que 5. Aos quatro meses a pontuação pela escala AIMS foi de prono/8, supino/8, sentado/3, em pé/1, com escore total 20 e percentil 75. O manuseio por meio do CNB proporciona experiências sensoriais e motoras típicas que darão base para o desenvolvimento motor. Com as abordagens sensório-motoras, estímulos sensoriais específicos são administrados para estimular uma resposta comportamental ou motora desejada. Neste estudo ficou clara a influência do CNB sobre as habilidades motoras, visto que o paciente teve uma importante melhora, passando de um percentil atípico para um percentil típico. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Os resultados indicaram que o CNB contribuiu para a melhora no desenvolvimento neuropsicomotor da criança investigada, principalmente nos decúbitos prono, supino e sentado. Pode-se ratificar também que a escala Alberta mostrou-se instrumento útil na identificação da mudança tanto no perfil geral da criança ao longo do tempo de intervenção, como em cada decúbito frente à terapia proposta.
A comissão organizadora do XIX Encontro Regional de Estudantes de Fisioterapia - EREFISIO torna público os resumos dos trabalhos apresentados durante o Encontro.
Em 2018, o EREFISIO teve como eixo norteador o Trabalho, Fisioterapia e Sociedade e como tema "O fazer fisioterapêutico: os desafios da atuação no contexto de crise brasileira”.
Boa leitura!
Erivaldo Santos de Lima - Coordenação geral do XIX EREFISIO
Comissão Organizadora
Adônis Vinicius Santos (UNCISAL) |
Ahyas Sydcley Santos Alves (UNCISAL) |
Alynne Iasmin Batista Santos (UNCISAL) |
Antônio Lucas Oliveira Góis Almeida (UFC) |
Bruna Loren Silva Caldas (UNEB) |
Clara Maria de Araujo Silva (UNCISAL) |
Davi Santana Sousa (UFS) |
Deborah Silva Vasconcelos dos Santos (UNCISAL) |
Erivaldo Santos de Lima (UNCISAL) |
Fabiano Gomes Miranda Pereira (UNEB) |
Gabriel Paz de Lima (UEPA) |
Geísa Dias Wanderley (UFPB) |
Juliana Oliveira Correia (UNEB) |
Luann Mikaell Lopes Damasceno (UNCISAL) |
Lucas Henrique Azevedo da Silva (UFRN) |
Lucas Pereira Balbino (UNCISAL) |
Maria Clara Roseno da Silva (UNCISAL) |
Sabrina Souza Araújo (UFPA) |
Vinícius Ramon da Silva Santos (UNCISAL) |