Introdução: A infância e a adolescência são fases marcadas por mudanças biológicas, cognitivas e emocionais que influenciam diretamente e de forma significativa a formação da identidade e o desenvolvimento de cada indivíduo. Com a expansão das tecnologias digitais e a popularização das redes sociais como principal meio de comunicação, observa-se um crescimento no uso excessivo de telas por crianças e adolescentes, fator frequentemente associado a impactos na saúde mental. O Big Five é um modelo científico amplamente validado que avalia a personalidade em cinco dimensões: abertura, conscienciosidade, extroversão, agradabilidade e neuroticismo, permitindo compreender com precisão como as pessoas pensam, sentem e se comportam em diferentes contextos. Objetivo: Este estudo propõe analisar a relação entre os traços de personalidade do Big Five e a dependência digital na infância e adolescência. Materiais e métodos: Foi realizada uma revisão bibliográfica baseada em pesquisas nacionais e internacionais, validadas com dados empíricos, artigos científicos e materiais acadêmicos. Resultados: Os estudos apontaram que o neuroticismo apresenta forte associação com o uso excessivo de telas, indicando maior vulnerabilidade emocional e tendência a buscar regulação afetiva por meio da tecnologia. A baixa conscienciosidade foi relacionada à impulsividade e à dificuldade de autocontrole no uso de smartphones. A extroversão mostrou-se associada ao uso intenso de redes sociais pela necessidade de interação e pertencimento, enquanto a amabilidade e a abertura a experiências podem atuar como fatores protetivos ao favorecer relações sociais positivas e curiosidade voltada a outros interesses. Conclusão: Dessa forma, os resultados reforçam a importância de considerar as características de personalidade na compreensão dos padrões de uso digital entre crianças e jovens, uma vez que a dependência configura-se como um desafio contemporâneo. Assim, torna-se essencial elaborar estratégias preventivas e intervenções mais eficazes, voltadas à promoção do uso consciente da tecnologia. A articulação entre personalidade, saúde mental e avanços tecnológicos revela-se, portanto, fundamental para compreender os impactos dos desafios atuais sobre o desenvolvimento humano.
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