Introdução: O brincar livre é considerado o pilar para o desenvolvimento físico, cognitivo e socioemocional da criança. Contudo percebe-se uma limitação cada vez maior desse brincar espontâneo, motivada por rotinas excessivamente organizadas, sobrecarga de atividades estruturadas e uso precoce de telas. Essa restrição afeta não apenas o desenvolvimento infantil, mas também a capacidade de lidar com os desafios sociais e emocionais. Objetivo: Esta pesquisa tem como objetivo analisar a relação entre a atividade lúdica e as habilidades imaginativas, motoras, sociais e de autocontrole. Metodologia: Foi realizada uma revisão bibliográfica qualitativa, fundamentada em obras clássicas e artigos científicos que investigam o papel do brincar no desenvolvimento. Resultados: As teorias psicológicas mostram que o tempo retirado do brincar diminui o campo de experiência onde se estabelece a base da coordenação motora (fina e grossa), afetando o controle corporal. Essa falta restringe a prática da imaginação e o crescimento do pensamento simbólico nas esferas cognitiva e afetiva, instrumentos fundamentais para que a criança compreenda o mundo e crie novas realidades, conforme Piaget ressaltou. Vygotsky destaca a importância do brincar para a internalização de regras e autorregulação social, ao passo que Winnicott ressalta sua função como um ambiente seguro paraprocessar emoções, frustrações e conflitos. Ao estabelecer uma "zona de desenvolvimento proximal", o brincar possibilita que a criança alcance um nível mais elevado, enquanto sua ausência resulta em problemas de socialização, comunicação e resiliência, comprometendo a saúde mental. Conclusão: O brincar é uma necessidade biológica e psicológica que influencia a maneira como a criança interage com o mundo e o reinterpreta. Ao limitar essa atividade essencial na infância atual, corremos o perigo de criar adultos com menos criatividade e resiliência.
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Itallo Henrique da Silva Barros
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