O MÉTODO PEER INSTRUCTION EM AULAS DE FÍSICA NO ENSINO MÉDIO

  • Autor
  • Isabela da Costa Tonon
  • Co-autores
  • Wallace Prodígios Morais , Alisson Carlos Krohling
  • Resumo
  • A aprendizagem ativa tem recebido uma certa atenção nas últimas décadas, sendo esse processo aquele que visa aumentar a vontade natural de aprender do aluno e redirecionar a energia do desenvolvimento mental à aprendizagem escolar. Com essa abordagem, as aulas são planejadas de modo que os estudantes se empenhem e sejam ativos durante o processo de aprendizagem, seguindo o caminho oposto às abordagens tradicionais que são fundamentadas em aulas expositivas.

    Estas novas metodologias aumentam a quantidade de opções e possibilidades para os professores. Entre os recursos com abordagem ativa, o Peer Instruction (PI) possui uma certa notoriedade. O PI foi proposto pelo Prof. Eric Mazur, da Universidade de Harvard (EUA), no começo da década de 1990, e foi aplicado numa matéria de Física Básica na mesma Universidade. Esta técnica se espalhou velozmente pelo mundo, especialmente na Austrália, Canadá e Estados Unidos e foi utilizada em disciplinas variadas, principalmente no ensino superior.

    O método PI, com base no estudo prévio do aluno e no diálogo com outros estudantes, por meio de discussões sobre questões conceituais escolhidas pelo professor, visa modificar a forma como o aluno se porta em sala de aula, de modo que haja uma aprendizagem ativa e colaborativa entre os indivíduos. Por esse motivo, a possibilidade de uma aprendizagem ativa e colaborativa, o método PI foi escolhido e aplicado, em dois momentos distintos, antes e depois da avaliação trimestral, com intuito de construirmos evidências para avaliarmos a abordagem adotada durante a sequência de aulas anteriormente ministradas, entender a potencialidade do método PI para a educação básica, além de introduzir a abordagem conceitual com foco na interatividade aluno-aluno e aluno-professor.

    O método PI foi introduzido à disciplina de Física do ensino médio da rede pública e aplicado à quatro turmas da 2ª série da escola EEEM Arnulpho Mattos em Vitória/ES, o método PI foi aplicado em dois momentos distintos, como revisão da prova trimestral e logo após a aplicação desta, com o intuito de abordar questões conceituais de termologia, termometria e calorimetria através do uso do aplicativo Plickers© (disponível na Google Play e App Store). O Plickers© é um aplicativo simples e uma poderosa ferramenta que possibilita a coleta em tempo real dos dados da pesquisa sem a necessidade de outras aparelhos por parte dos estudantes. Cada estudante possui somente um Card que o aplicativo Plickers© fornece associado ao nome do aluno (similar a um QR Code).

    As questões chaves do conteúdo visto em aula são apresentadas com o auxílio de um Data Show, onde cada slide corresponde a uma pergunta de determinado conceito, e posteriormente toda a turma responde uma determinada questão, escolhendo a alternativa correta com seu Card. A coleta de dados é feita pelo aplicativo no smartphone do mediador. A conexão com o Data show pode mostrar o histograma dos resultados obtidos da turma, além de ser verificado pelo professor na tela do smartphone à medida em que os códigos dos alunos são lidos pela câmera.

     

    A coleta dos dados instantânea possibilita ao professor ter o feedback de quais conteúdos o aluno compreende melhor e quão bem está sendo efetiva sua abordagem está sendo em cada turma. Assim, através do percentual de êxito da turma direcionou-se a atitude de mediação adequada para cada questão. Após a interatividade e discussão entre grupos, pode ser realizado o uso a ferramenta para um novo teste com intuito de compreender a ocorrência de mudança ou não na seleção de alternativa de resposta para a questão-problema.

    O recurso didático Plickers© também fornece opções para o desempenho individual do aluno, turma a turma e qual opção de resposta para a questão o indivíduo selecionou no momento da aplicação, potencializando a compreensão por parte do professor do entendimento individual e global de seus alunos.

    Dentro das questões aplicadas em sala selecionou-se uma questão que envolviam os mesmos conceitos para cada ocasião. As questões escolhidas tratam da definição de calor, como é dada sua transmissão e o que é capacidade térmica de um corpo, ambas são questões contextualizadas no cotidiano.

    Notou-se que o aumento percentual de acertos por turma no segundo momento que pode ser um indício de compreensão conceitual por parte dos alunos referente aos conteúdos abordados nas questões. O resultado da avaliação trimestral com os temas usados para elaboração dos questionários foi relativamente satisfatório, podendo ser fruto de uma mudança de atitude e uma rotina de estudo adotada pelos alunos mediante a experiência de conseguirem quantificar sua compreensão do conteúdo com antecedência por meio do recurso didático adotado no primeiro momento que aplicação do teste na ocasião de revisão para a prova.

    Também houve um engajamento maior por parte dos alunos na atividade do que em uma aula expositiva ou com o uso de recursos de experimentação, que é um viés muito forte no ensino de Física, por se tratar de um método baseado na interatividade deles com a disciplina, com o conteúdo apresentado e com os demais colegas durante as discussões em grupo quando necessário, verificando-se que o percentual de acertos foi maior ao elaborarem uma nova resposta através desse diálogo.

    Durante o momento de explanação final para uma justificativa formal da alternativa que continha a resposta esperada, houve colaboração dos alunos ao interporem suas colaborações na explicação, além de aparecer em suas falas muitas palavras-chaves. Esse é um forte indício de uma apropriação conceitual dos alunos ser potencializada através do método PI e da contribuição da turma como um todo para a elaboração de hipóteses para a resolução das questões conceituais.

  • Palavras-chave
  • Interatividade, Peer Instruction, Aprendizagem em Física.
  • Modalidade
  • Comunicação oral
  • Área Temática
  • Eixo 5 B – Federalismo, modalidades de ensino e práticas pedagógicas (Educação Especial, Educação do Campo, Educação de Jovens e Adultos, Educação Profissional, Educação à distância)
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A 3ª edição do Seminário “Federalismo e Políticas Educacionais” é uma realização do Grupo de Pesquisa Federalismo e Políticas Educacionais em parceria com o Grupo Espaços Deliberativos e Governança Pública do Conselho Latino-Americano de Ciências Sociais (Gegop-Clacso), a seção estadual da Associação Brasileira de Política e Administração da Educação (Anpae-ES) e o Laboratório de Gestão da Educação Básica do Espírito Santo, contando com o apoio da rede Clacso.

Com o objetivo de debater os 30 anos da Constituição brasileira e os desafios para a afirmação do Estado democrático de direito,  do federalismo cooperativo e da educação como direito social de cidadania. A partir do tema “Para onde vai a Democracia? O Brasil após 30 anos da Constituição de 1988” o evento se propõe a congregar pesquisadores de diferentes áreas do conhecimento, professores da educação básica e superior, estudantes, gestores e outros interessados para um balanço do Estado democrático de direito e para uma análise de conjuntura das políticas públicas, em geral, e das políticas educacionais, especificamente, no cenário de incertezas diante da crise política, institucional e econômica atual nas mesas, conferências, palestras e apresentações de trabalho.

Assim o evento realizou uma chamada pública e ampliada para pesquisadores das mais diferentes áreas submeterem suas produções à avaliação da Comissão Científica que avaliou os trabalhos em sua relevância e aproximação ao escopo do evento e à qualidade teórica, instrumental, argumentativa e discursiva para as Comunicações orais que se realizarão.

Desse modo os anais ora apresentados compõe importante sistematização das obras que serão discutidas e compartilhadas no evento.

Sejam bem-vindos/as ao nosso evento!

Sejam bem-vindos/as à Vitória!

 

Grupo de Pesquisa Federalismo e Políticas Educacionais

REGRAS PARA SUBMISSÃO DE COMUNICAÇÃO ORAL:
 
O texto completo deverá conter entre 10.000 e 13.000 caracteres, nestes devem estar contidos: título, resumo, introdução/problematização, metodologia, resultados e referências bibliográficas.
Acompanhar um resumo de no máximo 1300 caracteres.
O texto deve indicar 3 palavras-chave.
Serão admitidos, no máximo, um (a) autor (a) e até três co-autores(as) por trabalho (TODOS devem estar com inscrição paga e confirmada pelo sistema). Não haverá devolução do valor de inscrição em nenhum dos casos.
Na fase de submissão é imprescíndível que os trabalhos sejam apresentados anonimamente, sem referências identificação de autoria.

 

ORIENTAÇÕES PARA APRESENTAÇÃO DA COMUNICAÇÃO ORAL:


1 -   Elabore a apresentação da Comunicação oral, contendo os mesmos itens do resumo expandido (título, autores, introdução/problematização, metodologia, resultados e referências).

2 - Você deverá confeccionar até oito slides para a apresentação oral, utilizando o modelo disponibilizado: (Template Slides.ppt - anexo)

3 - As apresentações ocorrerão no dia 01/11, entre 14:00 e 18:00, conforme atribuição de salas por eixo temático. 

4 - O tempo de apresentação é de no máximo 15min e estarão disponíveis notebook e projetor multimídia para arquivos em formato .pdf.

  • EIXO 1 – Federalismo, políticas educacionais e financiamento
  • EIXO 2 – Federalismo e gestão democrática da educação (Básica e Superior)
  • EIXO 3 A – Federalismo, regime de colaboração e organização da educação básica
  • EIXO 4 – Federalismo, políticas curriculares e de avaliação
  • Eixo 5 A – Federalismo, modalidades de ensino e práticas pedagógicas (Educação Especial, Educação do Campo, Educação de Jovens e Adultos, Educação Profissional, Educação à distância)
  • EIXO 6 - Federalismo, democracia e disputas entre o público e o privado
  • EIXO 3 B – Federalismo, regime de colaboração e organização da educação básica
  • Eixo 5 B – Federalismo, modalidades de ensino e práticas pedagógicas (Educação Especial, Educação do Campo, Educação de Jovens e Adultos, Educação Profissional, Educação à distância)
Caroline Falco Fernandes Valpassos COORDENAÇÃO COMISSÃO CIENTÍFICA (ANPAE-ES)
Andressa Mafezoni Caetano PPGMPE / UFES
Dulcinea Campos Silva PPGMPE / UFES
Eduardo Augusto Moscon de Oliveira LAGEBES
Elimar Leal ANFOPE-ES
Flávia Costa Lima Dubberstein SEME - CARIACICA
Itamar Mendes da Silva PPGMPE / UFES
Lara Carlette UEPG
Larissa Ferreira Rodrigues PPGMPE / UFES
Luana Almeida UNIVAS
Marcelo Lima PPGE / UFES
Michele Pazolini IFES
Rodrigo Ferreira Rodrigues ANPAE-ES
Sandra Kretli da Silva PPGMPE / UFES
Simone Cassini PMSM
Simone Smiderle PPGE / UFES
Suzany Goulart CE - UFES / ANFOPE
Tatiana das Merces PPGE / UFES
Tatiana Peterle PPGE / UFES
Vitor Gomes PPGMPE / UFES

 

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