O PACTO PELA APRENDIZAGEM NO ESPÍRITO SANTO (PAES): LIMITES PARA ASSEGURAR A GESTÃO DEMOCRÁTICA E A AUTONOMIA PEDAGÓGICA NAS ESCOLAS

  • Autor
  • Cleonara Maria Schwartz
  • Co-autores
  • Gildo Lyone Antunes de Oliveira
  • Resumo
  • O PACTO PELA APRENDIZAGEM NO ESPÍRITO SANTO (PAES): LIMITES PARA ASSEGURAR A GESTÃO DEMOCRÁTICA E A AUTONOMIA PEDAGÓGICA NAS ESCOLAS

     Resumo

    Investiga o processo de implementação do Pacto pela Aprendizagem no Espírito Santo (Paes) e ações direcionadas para a melhoria da alfabetização de crianças para analisar limites do pacto para assegurar a autonomia pedagógica nas unidades escolares. O estudo se delineia como pesquisa documental e se fundamenta na perspectiva dialógica da linguagem, fazendo uso das contribuições de Bakhtin (2003; 2004) e de autores dos campos da política e da gestão como Bonamino (2002; 2012), Araújo (2013), Adrião; Garcia; Borgui; Arelalo (2009); Paro (1998), Gadotti (2014), Freire (1981, 1994, 1996, 2000a, 2000b, 2001).  Conclui que a atual política que orienta a gestão do Sistema de Ensino no estado do Espírito Santo desconsidera o disposto nos artigos 14 e 15 da Lei 9.394/96 no que se refere a observância dos princípios da gestão democrática e da autonomia pedagógica dos profissionais de ensino.

     

    Palavras-chaves: Gestão democrática, autonomia pedagógica, ensino e aprendizagem.

     Introdução

    A Lei 9.394/96, no Art. 14, atribui a responsabilidade aos sistemas de ensino para a definição de normas da gestão democrática do ensino público na educação básica, de acordo com as suas peculiaridades e conforme os seguintes princípios: I - participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto pedagógico da escola; II - participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou equivalentes. Embasados por esses preceitos, a gestão democrática vem sendo concebida no campo do educação como a participação de vários segmentos que compõe o que se reconhece como integrantes da comunidade escolar como, por exemplo, pais, professores, estudantes e funcionários dos diversos mecanismos de organização da escola. Nesse contexto, a participação desses segmentos tem sido relacionada a aspectos da gestão escolar que envolvem o planejamento, a implementação e a avaliação, seja no que diz respeito à construção do projeto e processos pedagógicos, seja às questões de natureza burocrática, o que nos faz pensar sobre mecanismos que podem impactar a autonomia pedagógica dos professores nas escolas. Desse modo, buscamos refletir sobre a importância de se atentar para o art. 15 da Lei 9.394/1996, que dispõe que os sistemas de ensino assegurarão às unidades escolares públicas de educação básica que os integram progressivos graus de autonomia pedagógica e administrativa e de gestão financeira, observadas as normas gerais de direito financeiro público”. O artigo nos remeteu a investigar o processo de implementação do Pacto pela Aprendizagem no Espírito Santo (Paes) e, principalmente, uma de suas ações direcionadas para a melhoria da alfabetização de crianças, a fim de analisar limites e possiblidades desse pacto para assegurar a autonomia pedagógica nas unidades escolares. A autonomia pedagógica não se restringe apenas a participação de professores no processo de elaboração do projeto político pedagógico da escola, envolve sobretudo implementação de ações que valorizem e respeitem os saberes e fazeres docentes, bem como a autonomia dos profissionais que atuam nas escolas para organizar o processo de ensino e de aprendizagem e para elaborarem coletivamente o cotidiano da escola.

     

    Metodologia

     O estudo seguiu delineamentos da pesquisa documental. Reunimos documentos como normatizações, orientações da Secretaria de Estado da Educação (SEDU) para implementação do PAES e materiais didáticos enviados às escolas públicas para serem utilizados na alfabetização pelos professores, pedagogos e alunos. Utilizamos contribuições de Bakhtin (2003; 2004) para analisar o corpus analítico da pesquisa. Nessa direção, nos pautamos na perspectiva dialógica e nos embasamos nos conceitos de enunciado, texto, dialogia e polifonia para interrogar as fontes documentais. Outros autores dos campos da política e da gestão como Bonamino (2002; 2012), Araújo (2013), Adrião; Garcia; Borgui; Arelalo (2009), Paro (1998), Gadotti (2014), Freire (1981, 1994, 1996, 2000a, 2000b, 2001) também se colocaram como interlocutores no processo dialógico que se instaurou entre pesquisadores e corpus analítico para orientar a análise do PAES no contexto da implementação de políticas que se referem ao regime de colaboração, às parcerias e, contudo, a observância dos preceitos da gestão democrática.

     

    Resultados

     Os documentos analisados evidenciaram que a política de implementação do PAES propôs um arranjo organizacional para viabilizar a cooperação entre Estado e Municípios, na qual se verifica a centralização e a verticalização de ações sob a coordenação principal da Secretaria de Estado da Educação e das Superintendências Regionais de Educação, demostrando um modelo de gestão pública da educação de cunho gerencialista e privatista, resultando em amplo controle do governo do estado sob a política educacional nos municípios. Os documentos apontam que o PAES é apresentado com uma abrangência que envolve o atendimento ao ensino fundamental, anos iniciais e finais, da rede pública estadual e municipal, assim como à educação infantil. No entanto, há evidências de que o objeto do Pacto vem sendo a realização de parceria entre SEDU e Prefeituras com ações focadas em mecanismos de gestão que priorizam a formação de professores, o monitoramento de resultados pela via de avaliações diagnósticas e a prática docente para os anos iniciais do ensino fundamental e, em especial, para a alfabetização.

    Os eixos estruturantes do PAES enfatizam o apoio à gestão dos municípios, compreendendo ações voltadas para a gestão do tempo e de espaços pedagógicos em sala de aula com orientação para construção, compreensão, disseminação e monitoramento de indicadores e metas consideradas pela SEDU como de qualidade. No eixo Fortalecimento da Aprendizagem notamos  centralidade de rotinas na formação, monitoramento, avaliação e disseminação de práticas pedagógicas consideradas exitosas. No eixo Planejamento e Suporte verificamos a prioridade de ações relacionadas a estudos referentes à reorganização da oferta educacional nos municípios para a otimização da alocação de recursos didáticos, humanos, financeiros e materiais. Destacamos que os eixos  reforçam ações voltadas para a homogeneização da gestão do processo de ensino e de aprendizagem e da prática docente na alfabetização, colocando-se o PAES como política pública centralizadora, homogeneizadora e cerceadora da autonomia administrativa, financeira e, sobretudo, pedagógica, secundarizando a autonomia das gestões municipais. O pacto confere centralidade ao monitoramento de resultados embasado em um modelo de Gestão por Resultados (GPR), disseminado como exitoso por valorizar o alcance de melhores resultados nas avaliações sistêmicas externas. A condução da formação de professores demonstra que tem se priorizado uma formação instrumental em que a prática é vista como aplicação de teorias (Pérez Gómes, 1997), o que se nota pela utilização de materiais estruturados, que evidenciam estreita articulação com conhecimentos que compõem as matrizes das avaliações externas e tem orientado a organização do currículo na alfabetização. A formação e a avaliação diagnóstica se orientam a partir de material com instruções “passo a passo”, direcionando o que deve ser seguido pelo professor. Além disso, revelam que “alfabetizar letrando” é a perspectiva para o ensino da leitura e da escrita nos anos iniciais do Ensino Fundamental. O kit de materiais enviados para as escolas e as orientações para a avaliação diagnóstica conferem centralidade ao ensino que prioriza estudo de letras, sílabas, palavras e frases, aos níveis definidos na Psicogênese da Escrita (pré-silábica, silábica, silábico-alfabética, alfabética) e a prática classificatória de crianças a partir desses níveis, o que fica demarcado pelo Caderno de Registro que integra o Kit de materiais.

    O diálogo com as fontes permitiu afirmar que o PAES limita a autonomia dos Municípios para formularem suas políticas a partir das demandas e especificidades locais, bem como elimina possibilidades de os professores participarem do processo de formulação de propostas pedagógicas para as escolas. As Secretarias Municipais de Educação passam a ser executantes de ações previstas pela Secretaria de Estado da Educação e as equipes locais de formação passam a ser demandadas apenas a repassar modelo pronto. A política de formação dos municípios se transforma em espaçotempo de prescrições de tarefas para as escolas, eliminando a possibilidade de as Secretarias Municipais desenvolverem quadro de profissionais autônomos e politicamente conscientes. Verificamos que a base conceitual da alfabetização no PAES reedita antigas concepções que reduzem a alfabetização a mera técnica de ler e escrever no sentido de decodificação (leitura) e codificação (escrita). Concluímos que a gestão do Sistema de Ensino no estado do Espírito Santo desconsidera os artigos 14 e 15 da Lei 9.394/96, no que se refere a observância dos princípios da gestão democrática e da autonomia pedagógica dos profissionais de ensino, uma vez que, a partir de 2016, com o Pacto, privilegiam-se ações para a alfabetização que fazem chegar às escolas materiais didáticos que destituem dos profissionais de ensino o direito de organizarem o processo de ensino e de aprendizagem da leitura e da escrita, pois o PAES implementa rotinas de organização do ensino na alfabetização a partir de materiais que buscam homogeneizar e controlar práticas docentes.

     Referências bibliográficas

    ADRIÃO, T. et al. Uma modalidade peculiar de privatização da educação pública: a aquisição de "sistemas de ensino" por municípios paulistas. Educ. Soc., Campinas, v. 30, n. 108, p. 799-818, Oct. 2009. Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-73302009000300009&lng=en&nrm=iso>. access on 01 July 2018. http://dx.doi.org/10.1590/S0101-73302009000300009.

     ARAÚJO, G. C. Federalismo e políticas educacionais no Brasil: equalização e atuação do empresariado como projetos em disputa para a regulamentação do regime de colaboração. Educ. Soc. [online]. 2013, vol.34, n.124, pp.787-802. ISSN 0101-7330.  http://dx.doi.org/10.1590/S0101-73302013000300008.

     BAKHTIN, M. M. Estética da criação verbal. São Paulo: Martins Fontes, 2003.

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     BONAMINO, A. M. C, de. Tempos de avaliação educacional: o SAEB, seus agentes, referências e tendências. Rio de Janeiro: Quartet, 2002.

     BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil, de 05 de outubro de 1988.

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     ESPÍRITO SANTO. Lei nº 10.631 de 28 de março 2017. Institui o Pacto pela Aprendizagem no Espírito Santo e dá outras providências. Diário Oficial do Espírito Santo, Vitória, ES, 29 mar. 2017.

     FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido.  10. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1981.

    ____________.  Pedagogia da Esperança: Um reencontro com a Pedagogia do oprimido. 3. ed.  Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1994.

     ____________ . Pedagogia da Autonomia: Saberes Necessários à Prática Educativa.  2 . ed. São Paulo:  Paz e Terra, 1996.

    ____________ . A Educação na Cidade. 4. ed.  São Paulo: Cortez, 2000a.

     ____________. Pedagogia da Indignação: cartas pedagógicas e outros escritos.  São Paulo: Editora UNESP, 2000b.

    ____________. Política e Educação. 5. ed.  São Paulo: Cortez, 2001.

    Gadotti, Moacir. Gestão democrática com participação popular no planejamento e na organização da educação nacional. Palestra Proferida na CONAE 2014. Disponível em: < http://conae2014.mec.gov.br/images/pdf/artigogadotti_final.pdf>. Acesso em: 02 mar. 2018. 

    NÓVOA, A. Formação de professores e profissão docente. In: NÓVOA, A. (Org.). Os professores e sua formação. Lisboa: Publicações Dom Quixote, 1995.

     PARO, Vitor. A gestão da educação ante as exigências de qualidade e produtividade da escola pública. 1998. Disponível em: <http://www.gestaoescolar.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/sem_pedagogica/fev_2010/a_gestao_da_educacao_vitor_Paro.pdf>. Acesso em: 30 mar. 2018.

     PÉREZ GOMÉZ, A. O pensamento prático do professor. In: NÓVOA, A. (Org.). Os professores e sua formação. Lisboa: Publicações Dom Quixote, 1995.

      PÉREZ GOMÉZ, A. Qualidade do ensino e desenvolvimento profissional do docente com intelectual reflexivo. In: Motriz, v.3, n. 01, junho/1997. 

  • Palavras-chave
  • Gestão democrática, autonomia pedagógica, ensino e aprendizagem
  • Modalidade
  • Comunicação oral
  • Área Temática
  • EIXO 2 – Federalismo e gestão democrática da educação (Básica e Superior)
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A 3ª edição do Seminário “Federalismo e Políticas Educacionais” é uma realização do Grupo de Pesquisa Federalismo e Políticas Educacionais em parceria com o Grupo Espaços Deliberativos e Governança Pública do Conselho Latino-Americano de Ciências Sociais (Gegop-Clacso), a seção estadual da Associação Brasileira de Política e Administração da Educação (Anpae-ES) e o Laboratório de Gestão da Educação Básica do Espírito Santo, contando com o apoio da rede Clacso.

Com o objetivo de debater os 30 anos da Constituição brasileira e os desafios para a afirmação do Estado democrático de direito,  do federalismo cooperativo e da educação como direito social de cidadania. A partir do tema “Para onde vai a Democracia? O Brasil após 30 anos da Constituição de 1988” o evento se propõe a congregar pesquisadores de diferentes áreas do conhecimento, professores da educação básica e superior, estudantes, gestores e outros interessados para um balanço do Estado democrático de direito e para uma análise de conjuntura das políticas públicas, em geral, e das políticas educacionais, especificamente, no cenário de incertezas diante da crise política, institucional e econômica atual nas mesas, conferências, palestras e apresentações de trabalho.

Assim o evento realizou uma chamada pública e ampliada para pesquisadores das mais diferentes áreas submeterem suas produções à avaliação da Comissão Científica que avaliou os trabalhos em sua relevância e aproximação ao escopo do evento e à qualidade teórica, instrumental, argumentativa e discursiva para as Comunicações orais que se realizarão.

Desse modo os anais ora apresentados compõe importante sistematização das obras que serão discutidas e compartilhadas no evento.

Sejam bem-vindos/as ao nosso evento!

Sejam bem-vindos/as à Vitória!

 

Grupo de Pesquisa Federalismo e Políticas Educacionais

REGRAS PARA SUBMISSÃO DE COMUNICAÇÃO ORAL:
 
O texto completo deverá conter entre 10.000 e 13.000 caracteres, nestes devem estar contidos: título, resumo, introdução/problematização, metodologia, resultados e referências bibliográficas.
Acompanhar um resumo de no máximo 1300 caracteres.
O texto deve indicar 3 palavras-chave.
Serão admitidos, no máximo, um (a) autor (a) e até três co-autores(as) por trabalho (TODOS devem estar com inscrição paga e confirmada pelo sistema). Não haverá devolução do valor de inscrição em nenhum dos casos.
Na fase de submissão é imprescíndível que os trabalhos sejam apresentados anonimamente, sem referências identificação de autoria.

 

ORIENTAÇÕES PARA APRESENTAÇÃO DA COMUNICAÇÃO ORAL:


1 -   Elabore a apresentação da Comunicação oral, contendo os mesmos itens do resumo expandido (título, autores, introdução/problematização, metodologia, resultados e referências).

2 - Você deverá confeccionar até oito slides para a apresentação oral, utilizando o modelo disponibilizado: (Template Slides.ppt - anexo)

3 - As apresentações ocorrerão no dia 01/11, entre 14:00 e 18:00, conforme atribuição de salas por eixo temático. 

4 - O tempo de apresentação é de no máximo 15min e estarão disponíveis notebook e projetor multimídia para arquivos em formato .pdf.

  • EIXO 1 – Federalismo, políticas educacionais e financiamento
  • EIXO 2 – Federalismo e gestão democrática da educação (Básica e Superior)
  • EIXO 3 A – Federalismo, regime de colaboração e organização da educação básica
  • EIXO 4 – Federalismo, políticas curriculares e de avaliação
  • Eixo 5 A – Federalismo, modalidades de ensino e práticas pedagógicas (Educação Especial, Educação do Campo, Educação de Jovens e Adultos, Educação Profissional, Educação à distância)
  • EIXO 6 - Federalismo, democracia e disputas entre o público e o privado
  • EIXO 3 B – Federalismo, regime de colaboração e organização da educação básica
  • Eixo 5 B – Federalismo, modalidades de ensino e práticas pedagógicas (Educação Especial, Educação do Campo, Educação de Jovens e Adultos, Educação Profissional, Educação à distância)
Caroline Falco Fernandes Valpassos COORDENAÇÃO COMISSÃO CIENTÍFICA (ANPAE-ES)
Andressa Mafezoni Caetano PPGMPE / UFES
Dulcinea Campos Silva PPGMPE / UFES
Eduardo Augusto Moscon de Oliveira LAGEBES
Elimar Leal ANFOPE-ES
Flávia Costa Lima Dubberstein SEME - CARIACICA
Itamar Mendes da Silva PPGMPE / UFES
Lara Carlette UEPG
Larissa Ferreira Rodrigues PPGMPE / UFES
Luana Almeida UNIVAS
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Michele Pazolini IFES
Rodrigo Ferreira Rodrigues ANPAE-ES
Sandra Kretli da Silva PPGMPE / UFES
Simone Cassini PMSM
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