Através de ondas dos movimentos feministas, os direitos femininos foram conquistados aos poucos no ocidente e, hoje, a ocupação feminina de espaços predominantemente masculinos, como a política, continua sendo um avanço em direção à igualdade de gênero. Durante o final do século XIX e o início do século XX, o sufrágio feminino representou a primeira onda feminista. Conforme afirma Zirbel (2020), esses grupos heterogêneos de milhares de mulheres, pertencentes a diferentes países e momentos distintos, possuíam diferentes opiniões políticas, mas, em dado momento, uniram-se em torno da luta pelo sufrágio. No Brasil hodierno, a representatividade feminina na política continua sendo um desafio que coloca os direitos femininos, a sociedade e a democracia em risco; uma vez que o reconhecimento políticos femininos é um processo inacabado no país (Prá, 2014). De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, a população brasileira é composta por 51,8% de mulheres, enquanto os cargos parlamentares, segundo o relatório Mapa Mulheres na Política 2019, realizado pela Organização das Nações Unidas e da União Interparlamentar, possuem 15% de participação de mulheres. Segundo Beauvoir (1949), a divisão biológica dos sexos resultou numa divisão política, partindo da teoria que não se nasce mulher, mas torna-se mulher. Destarte, expõe que a superioridade do homem fora posta como um direito ao longo da história e continua presente com o passar dos séculos, apesar das lutas feministas. Paralelamente, Wolf (1991), afirma que a existência do mito da beleza contribui ainda mais para a submissão feminina devido à supervalorização da aparência de mulheres em consonância com os padrões estéticos. Assim, há o enfraquecimento e controle de mulheres que assumem a fala pública e confrontam o machismo quando elas não estão em sintonia com o padrão de beleza. Isso pode ser verificado pela persistência do mito da beleza apesar das inúmeras conquistas feministas. Através desse trabalho, objetiva-se fazer uma análise da participação feminina na política, com um enfoque maior nos desafios e perspectivas. A partir disso, espera-se mostrar que as mulheres precisam de espaço e incentivo em prol da sua entrada na política devido aos obstáculos enfrentados por elas. Isso é necessário devido à inexistência da preocupação populacional em relação à representatividade feminina na política, que não é proporcional ao número de mulheres na população. Dessa forma, busca-se não só incentivar essa participação, que é limitada pela sociedade, mas também sensibilizar os leitores em relação à sua posição enquanto eleitor.
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ALEXANDRA SOUZA DE CARVALHO
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