A vida não tem valor

  • Autor
  • João Vitor Souza Avelino Vieira
  • Resumo
  • A vida não tem valor, em meio a esse mundo nascemos destinados a servir uma máquina que nada faz nascer, uma entidade incapaz de se apaixonar ou odiar, sorrir ou chorar.

     

     

                 A vida não tem valor, essa máquina fingi, fingi ser um amigo nós vendendo ajuda, fingi ser um artista nós dando cultura em forma de produto, fingi ser uma divindade nos acolhendo com interesse, fingi ser um guardião protegendo a terra que explora, fingi ser um igual, fingi estar vivo.

     

                 A vida não tem valor, para a máquina ela nunca vai ter, não importa quanta glória ou dor haja nela.

     

     

                A vida não tem valor, mas nesse mundo desgraçado as criaturas oprimidas lutam por ela, da pobre onça que não encontra um rio de água saudável para beber a mãe que carrega em seu seio o futuro mesmo em meio a um solo esburacado que emana das profundezas um insuportável cheiro de podridão e abandono, do pai de santo que oferece conforto e sabedoria para aqueles que não tem nada ao indígena que mantém os que foram ceifados florescendo através da dança dos jogos e das histórias, do professor que revolucionou a vida de um aluno ao aluno que virou doutor, todos lutam pela glória, todos lutam pela vida.

     

                A vida não tem valor, e mesmo assim todas essas braças se unem para criar uma fogueira que mesmo com as ventanias opressivas resiste em uma calorosa expansão, essa teia crescente dos povos em suas linhas lindamente caóticas e harmonicas faz parte de nós e nós dela, essa união espontânea se mantém e mantém a gente não por ingenuidade ou comodidade, mas sim por sobrevivência, aquele que renuncia a sua história renuncia a si, se torna um ser infértil sem emoção sem nome sem identidade, se torna a cara do seu algoz, e isso é pior que a morte, pois depois da morte para os vivos existe a memória, e na máquina não tem nada...

                  A vida não tem valor, por isso devemos criar um para ela através da arte da memória e da união.

  • Palavras-chave
  • Saneamento básico, existencialismo, absurdismo, povos indígenas, umbanda, Brasil, vida, luta, memória
  • Área Temática
  • Ensino Médio
Voltar

São João de Meriti, foi a terra em que o Marinheiro João Cândido, líder da Revolta da Chibata, escolheu para viver os últimos anos de sua vida, e, o Festival Liteerário Internacional da Diáspora Africana de São João de Meriti (Flidam), um dos mais importantes e tradicionais festivais literários do Estado do Rio de Janeiro, é uma concreta opção que colabora com a democratização e ampliação de acesso à cultura, nesta década, e, a Academia de Letras e Artes de São João de Meriti, (Alasjm), por meio do Flidam, já trouxe à luz temas como: composição da produção literária e artística afrodescendente, violências simbólicas, igualdade racial, revolta dos malês, cultura banto, identidades negras, abolição, o papel do Brasil na diáspora africana, aquilombamento e a ampliação da política de cotas raciais. Nesta 11ª edição, a mesma terra do "Mestre Sala dos Mares" abordará o tema Racismo ambiental: ancestralidade, sustentabilidade e cidadania.

O racismo ambiental é uma das formas de racismo estrutural onde comunidades são vulnerabilizadas, deslocadas e submetidas a condições insalubres, uma modalidade de segregação que atinge populações pobres, negras e indígenas. Sendo necessário refletir para compreendê-lo enquanto mecanismo de reprodução da injustiça. Favelas, territórios indígenas, quilombolas e periféricos, tais como São João de Meriti, também sofrem com práticas ambientais agressivas que impactam diretamente as populações que ali residem. Logo, combater o racismo ambiental pressupõe valorizar, refletir e divulgar os conhecimentos e história dos nossos ancestrais contribuindo para o exercício de uma plena cidadania com direito a cultura, educação, saúde, saneamento básico e à natureza com qualidade de vida no ambiente em que vive.

Por este motivo que nesta edição do Flidam apresentamos o concurso literário Acadêmica Zilferoli, desta vez, exclusivamente para estudantes regularmente matriculados(as) em escolas públicas municipais, estaduais e federais do território de São João de Meriti do::

  • Ensino Fundamental I;
  • Ensino Fundamental II;
  • Ensino Médio;
  • Educação de Jovens e Adultos (EJA) ou Cursos Técnicos de Nível Médio ou Formação Inicial e Continuada (FIC).;

Ao realizarmos o concurso literário Acadêmica Zilferoli do Flidam deste ano acreditamos ser um mecanismo para estimular a criação literária e descobrir novos talentos que não encontram meios para editarem ou produzirem seus trabalhos, exercendo também o papel fundamental de aproximação entre o acadêmico e um autor iniciante que estuda em São João de Meriti.

  • Ensino Fundamental I
  • Ensino Fundamental II
  • Ensino Médio
  • Educação de Jovens e Adultos (EJA) ou Cursos Técnicos de Nível Médio ou Formação Inicial e Continuada (FIC)

Autor Corporativo

Professor Rodney, Dr. - https://linktr.ee/proferodney

Avaliadores

Mikes Oliver
Nice Neves
Ney Santos
Queila Contantino Pessoa Mallet

 

academiadeletrasecultura@gmail.com