Introdução: O presente estudo destaca a influência da separação dos pais na infância sobre a formação de crenças disfuncionais presentes na fase adulta dos filhos, pois, segundo a Terapia Cognitivo-Comportamental as crenças que um indivíduo apresenta se originam a partir das vivências da infância. Objetivo: Identificar a relação entre a separação dos pais na infância e as crenças disfuncionais na fase adulta. O objetivo se justifica pelo fato da separação dos pais na infância ser um evento um tanto comum entre pacientes que procuram ajuda psicológica em decorrência de sofrimentos mentais. Assim, o estudo revela sua importância sobre um trabalho a nível mais profundo no que diz respeito a reestruturação cognitiva do paciente ao se considerar a percepção negativa sobre o evento. Metodologia: Trata-se de uma pesquisa de campo de natureza qualitativa, com o método de abordagem indutivo. Foram coletados os dados de 6 participantes do sexo feminino, sendo estas maiores de 18 anos e estando em atendimento psicológico. Os instrumentos de coleta de dados utilizados foram a entrevista estruturada e o Inventário de Crenças Centrais Negativas (ICCN). Para a análise dos dados foi utilizada a análise de conteúdo. Resultados: Constatou-se que a separação dos pais exerce influência na formação de crenças disfuncionais na fase adulta, a partir de vivências negativas percebidas pelos filhos, bem como, a ausência das figuras de cuidado e a negligências dos genitores, principalmente da figura paterna, em relação ao amparo afetivo e financeiro. Foi concluído que dentre as 6 participantes da pesquisa, 5 delas que apresentaram vivências de abandono em consequência da separação dos pais, tiveram escores significativamente mais altos para a crença de desamparo. Dentre essas 5 participantes, as 4 que vivenciaram a separação dos pais na segunda infância apontaram os escores mais altos em comparação com as outras entrevistadas. Conclusão: A separação dos pais por si só não representa um fator de influência na construção de crenças disfuncionais, mas, entretanto, a falta de suporte afetivo dos pais durante e após o processo de desunião apresenta ser um forte preditor para a construção de crenças centrais negativas durante a fase adulta dos filhos.
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