Na sociedade contemporânea ainda impera um intenso capacitismo, ou seja, o preconceito contra as pessoas com deficiência. Ademais, sabe-se que, a psicologia, enquanto ciência e profissão, tem potencial de contribuir para a inclusão social e a não discriminação das pessoas com deficiência. Desse modo, o objetivo do presente trabalho, é investigar se a graduação em psicologia, oferece uma formação significativa que contribua para uma atuação não capacitista, no contexto do atendimento clínico. Para tanto, buscou-se avaliar se há um nível de compreensão da(o) profissional a respeito da temática do capacitismo e, avaliar se a base oferecida na graduação é suficiente para sustentar uma prática clínica não capacitista. Esta pesquisa trata-se de um estudo de campo, descritivo e exploratório, de cunho qualitativo, o qual teve como senário a clínica psicológica e contou com vinte e quatro participantes, as(os) quais haviam concluído sua graduação em psicologia há pelo menos três anos, já atuaram como psicóloga(o) clínica(o) e, já prestaram atendimento clínico à pelo menos uma pessoa com deficiência. Os resultados obtidos indicam que quase metade das(os) participantes demonstraram não saberem nada ou muito pouco acerca do que é o capacitismo. Embora dois terços das(os) participantes tenham cursado disciplinas que trataram do atendimento às pessoas com deficiência, apenas um terço do total de participantes cursou disciplinas que abordaram o capacitismo e/ou a discriminação destas pessoas. Portanto, conforme os dados obtidos denunciam, muitas vezes, as(os) profissionais não têm acesso, durante a graduação, a informações suficientes para que possam atender às pessoas com deficiência em suas demandas, principalmente no que se refere ao preconceito e à discriminação vividas por elas, o que que dificulta a oferta de um serviço que seja condizente com o código de ética da(o) profissional psicóloga(o), uma vez que este refere que a(o) profissional além de apoiar sua prática nos valores que fundamentam a Declaração dos Direitos Humanos, também deve combater as diferentes formas de discriminação e opressão social.
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UNICERP Centro Universitário do Cerrado Patrocínio
Luiz Antônio Costa Júnior
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Samir Alves Daura
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