Introdução: A teoria psicanalítica de Jacques Lacan, especialmente o conceito do "estádio do espelho", é crucial para entender a dinâmica entre o eu e o outro, as questões da alteridade e a formação do eu. Este conceito refere-se ao momento em que a criança reconhece sua própria imagem refletida, iniciando a formação da identidade e de uma compreensão total e imaginaria de seu Eu. Utilizar-se-á este construto teórico e seu aspecto especular para compreender a gemelaridade e seus impactos na constituição do Eu. Objetivo: Investigar como a experiência compartilhada por gêmeos monozigóticos afeta sua constituição psíquica no estádio do espelho, em comparação com indivíduos não gêmeos, com o intuito de enriquecer a compreensão clínica da gemelaridade no campo psicanalítico. Metodologia: Realizou-se um estudo teórico, fundamentado nas obras de Jacques Lacan, utilizando uma abordagem qualitativa para explorar as dinâmicas sociais considerando aspectos como rivalidade e identificações. Foram analisados textos de Lacan e de autores relevantes na psicanálise, com foco nos conceitos de constituição do Eu, alteridade e gemelaridade. Resultados: A pesquisa indica que gêmeos idênticos podem vivenciar uma identificação especular mais intensa e complexa, dada a existência de um outro cuja imagem lhe é idêntica, resultando em uma formação de identidade que se distingue da observada em indivíduos não gêmeos. Além disso, a presença de um "outro idêntico" pode gerar dinâmicas de rivalidade e complementaridade, influenciando a constituição do eu nos aspectos identitários. Conclusão: A experiência de gêmeos no estádio do espelho é distinta, influenciando a formação de seus aspectos identitários. Este estudo contribui para uma compreensão mais ampla das implicações da gemelaridade na psicanálise, evidenciando a importância de abordar as interações entre o eu e o outro na constituição das identificações
Comissão Organizadora
UNICERP Centro Universitário do Cerrado Patrocínio
GISÉLIA GONÇALVES DE CASTRO
SAMIR ALVES DAURA
João Batista Ferreira
Cássio A. Amaral
Comissão Científica