Introdução: A gestão da dor pós-operatória é um aspecto crítico do cuidado pós-cirúrgico, desempenhando um papel fundamental na recuperação e na qualidade de vida dos pacientes. Nesse contexto, é notório que o controle eficaz da dor não apenas melhora a experiência do paciente, mas também impacta substancialmente os resultados clínicos, incluindo o tempo de recuperação, a mobilização precoce e a redução de complicações pós-cirúrgicas. Vale ressaltar que com a crescente preocupação sobre os efeitos colaterais dos opioides e a necessidade de estratégias mais eficazes e seguras, as abordagens multimodais para o controle da dor têm se destacado como uma solução promissora. Estas abordagens combinam diferentes modalidades terapêuticas para alcançar um alívio mais completo da dor, minimizando os efeitos adversos associados a qualquer tratamento isolado. Objetivo: Este estudo tem como objetivo revisar e analisar as atuais estratégias para a gestão da dor pós-operatória, com um foco especial nas abordagens multimodais. Ademais, o intuito é identificar as práticas mais recentes e eficazes, avaliando sua eficácia em diferentes contextos clínicos e discutindo a adoção dessas estratégias na prática clínica diária. A presente revisão visa oferecer uma visão abrangente sobre como combinar métodos farmacológicos e não farmacológicos para otimizar o manejo da dor e melhorar os resultados pós-operatórios. Metodologia: Para a realização desta revisão, foi realizada uma busca detalhada na base de dados PubMed, utilizando os descritores “postoperative pain management” AND “multimodal analgesia”. A pesquisa inicial identificou 245 artigos relevantes publicados nos últimos 10 anos. Após uma triagem inicial, foram selecionados 12 artigos para análise detalhada, com base em critérios rigorosos de inclusão e exclusão. Esses critérios incluíram a relevância dos estudos para o tema, a qualidade metodológica e a atualização das informações apresentadas. Resultados: A análise dos artigos revisados revelou que as abordagens multimodais são altamente eficazes na gestão da dor pós-operatória, oferecendo um controle mais abrangente da dor e reduzindo a necessidade de opioides, frequentemente associados a efeitos colaterais indesejáveis e potencial de abuso. Nessa perspectiva, essas abordagens combinam diferentes classes de medicamentos e técnicas, proporcionando um alívio mais completo da dor. A exemplo do uso combinado de analgésicos orais e intravenosos, os quais têm se mostrado particularmente benéficos. Ademais, a combinação de opioides, anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs) e acetaminofeno melhora significativamente o alívio da dor em comparação com o uso independente de um único tipo de medicamento. Vale destacar, também, que enquanto os opioides são eficazes para o alívio da dor intensa, os AINEs e o acetaminofeno oferecem um alívio adicional com menos efeitos colaterais frequentemente associados ao uso de opioides. Desse modo, esta estratégia de combinação reduz a necessidade de doses mais altas de opioides e, consequentemente, minimiza os riscos associados ao seu uso prolongado. Além dos analgésicos, as técnicas de bloqueios nervosos regionais, desempenham um papel crucial no manejo da dor pós-operatória, especialmente em cirurgias que afetam áreas específicas do corpo: esses bloqueios ajudam a reduzir a dor local e contribuem para uma recuperação mais confortável, diminuindo a dependência de analgésicos sistêmicos. Estudos mostraram que a utilização de bloqueios regionais não só reduz a duração da dor pós-operatória, mas também acelera a mobilização precoce dos pacientes, facilitando uma recuperação mais rápida e eficaz. Por fim, destaca-se que a incorporação de terapias adjuvantes, que incluem técnicas não farmacológicas como terapia de calor e frio, fisioterapia precoce e técnicas de relaxamento, tem mostrado benefícios significativos no manejo da dor. Conclusão: A revisão realizada confirma que a gestão da dor pós-operatória por meio de abordagens multimodais é uma prática eficaz para melhorar o controle da dor e promover uma recuperação mais rápida e segura. Além disso, a combinação de métodos farmacológicos e não farmacológicos permite um alívio mais abrangente da dor, minimizando a dependência de opioides e reduzindo os riscos associados ao seu uso excessivo. Nesse contexto, importa salientar que a personalização das estratégias de manejo da dor, adaptando-as às necessidades individuais do paciente e ao tipo de cirurgia realizada, é fundamental para otimizar os resultados e a experiência do paciente. Logo, fica evidente que a implementação de abordagens multimodais requer uma avaliação cuidadosa e um planejamento detalhado para garantir a eficácia e a segurança das estratégias escolhidas.
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Thiago Ruam Nascimento
gabriel jose lopes
Luisa reis dos cravos
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