Introdução: A instrumentação cirúrgica (IC) vai além do montagem da mesa cirúrgica e da entrega e recolhida dos equipamentos; a prática consiste também no preparo e higiene do ambiente, na garantia da esterilização dos materiais e na antecipação de possíveis necessidades da equipe médica conforme o tipo de procedimento. Falhas na IC podem ocasionar a infecção do sítio cirúrgico (ISC). A ISC está associada a maior tempo de internação hospitalar, a pior qualidade de vida e a altos custos de saúde e produtividade (Bywater et al., 2024). A IC eficaz é uma medida simples e viável, que independe dos cirurgiões, de prevenção a ISC (Rajesh; Sorensen; McNamara, 2023). Objetivos: Relatar a importância da instrumentação cirúrgica eficiente nas cirurgias abdominais eletivas experienciadas por estudantes de Medicina. Materiais e métodos: O presente estudo é um relato de experiência de caráter descritivo e qualitativo que expõe a importância da instrumentação cirúrgica qualificada nas herniorrafias e colecistectomias eletivas presenciados por estudantes de Medicina em um hospital público no município de Itabaiana. Para o arcabouço teórico, foram utilizados os descritores e operadores booleanos (surgical instruments) AND (abdominal) na base de dados PubMed e encontrados 2.854; utilizando como fatores de inclusão: publicação no último ano, títulos e leitura integral da amostra, obteve-se respectivamente 79, oito e dois. Constatou que apenas dois alinhavam-se com o tema desta pesquisa. Resultados e discussão: A partir da articulação entre a teoria e a prática foi possível constatar a relevância da IC eficiente na prevenção a complicações peri e pós-cirurgias. As vivências ocorreram em julho de 2024 em um hospital da rede pública no município de Itabaiana acompanhadas por cirurgiões gerais associados a uma liga acadêmica catalogada na instituição. Foi possível testemunhar a IC em herniorrafias e colecistectomias eletivas. Observou-se a realização de todos os procedimentos padrões, por instrumentadoras capacitadas, de higienização da sala de cirurgia, de paramentação, de organização da mesa cirúrgica, do manuseio dos instrumentais estéreis e do dinâmica de manejo dos instrumentos, da contagem e dispensa dos materiais utilizados e da finalização da sala. Os desfechos foram positivos quanto a ausência de infecções decorrentes de falhas na IC. Contudo, é importante expor que, ainda que benéfica, a IC eficaz não é amplamente praticada devido a dependência de instrumentos avançados, pode ser um problema em áreas com recursos limitados, as necessidade de cuidadosa manutenção, a requisição de treinamento especializado para a utilização correta e a possibilidade de complicações cirúrgicas decorrentes de falhas na IC. Conclusão: Este relato busca ratificar, por meio da prática, a importância da instrumentação cirúrgica eficiente no êxito das cirurgias abdominais eletivas.
Comissão Organizadora
Thiago Ruam Nascimento
gabriel jose lopes
Luisa reis dos cravos
Comissão Científica