INTRODUÇÃO: A neurotoxinas Botulínicas (NTB) são produzidas por bactérias anaeróbias, sendo a mais conhecida a Clostridium Botulinum, dentre elas, destacam-se sete sorotipos diferentes que são nomeados de A-G. Essas substâncias são uma das toxinas mais potentes já conhecidas, agindo bloqueando a liberação exocitótica da acetilcolina nos terminais nervosos motores, com isso, diminui-se a contração muscular. Assim, seu uso demonstrou eficácia no tratamento de diversas condições médicas e estéticas. Um exemplo é o estrabismo, caracterizado pelo desalinhamento dos olhos, que pode acometer tanto a visão quanto a aparência física, seu tratamento particularmente abrange intervenções cirúrgicas para o realinhamento dos músculos oculares, contudo, a toxina botulínica tem aparecido como uma alternativa menos invasiva. Sua capacidade temporária de relaxamento muscular possibilita a correção do desalinhamento ocular em casos específicos, proporcionando uma opção terapêutica eficaz e segura, principalmente para aqueles pacientes que não respondem bem à cirurgia ou que apresentam riscos cirúrgicos. OBJETIVO: Avaliar a eficácia e os avanços da toxina botulínica no tratamento do estrabismo. METODOLOGIA: Trata-se de uma revisão narrativa da literatura. Os dados bibliográficos foram obtidos por meio das plataformas Scielo e Pubmed, sendo utilizados como critérios de inclusão artigos publicados online entre aos anos de 2007 e 2024, com os descritores em inglês “Estrabismo; Toxina Botulínica; Tratamento”, sendo utilizado como operador booleano AND, disponíveis nos idiomas português e inglês. Foram excluídos artigos que não tinham como objetivo discorrer a respeito do uso de toxinas botulínicas para o tratamento de estrabismo. RESULTADO E DISCUSSÃO: Segundo um estudo realizado com 28 pessoas, entre eles crianças e adultos, sendo portadores de exotropia ou esotropia, foi revelado que com em média 1,45 injeções de Toxina Botulínica no grupo das crianças e 3,27 no grupo dos mais velhos, os resultados obtidos foram de uma diferença significativa no período pré e pós uso da Toxina Botulínica na tropia do paciente. Outro estudo realizado na Espanha, Canadá e África do Sul, com 242 participantes mostraram que ainda é incerto o uso desta neurotoxina como um tratamento eficaz para o estrabismo, visto que possuem evidências de baixa certeza para essa conduta, tornando a cirurgia de estrabismo ainda preferível para o tratamento. Devido a isso, entende que ainda existem poucas evidências científicas e as que possuem são divergentes quanto ao seu resultado, além de possuírem baixa certeza quanto ao seu tipo de estudo. Ainda assim, a Toxina Botulínica ainda é vista como uma neurotoxina muito promissora para o tratamento dos vários tipos de estrabismo, entretanto necessita-se de mais evidências científicas para que possa se tornar de fato uma possibilidade de alta certeza no tratamento do estrabismo. CONCLUSÃO: Dessa forma, conclui-se que ainda não se tem estudos conclusivos a respeito da eficácia do uso da Toxina Botulínica no tratamento do estrabismo, apesar das grandes expectativas quanto ao seu uso.
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