Introdução: Os atletas que competem em alto nível, sejam profissionais ou amadores, convivem com altas pressões psicológicas, sejam autoimpostas ou provenientes de fatores externos, em busca de melhorar o desempenho físico. Isso inclui minimizar a taxa de lesões e potencializar resultados fisiológicos para uma performance superior. Esses esportistas, frequentemente, enfrentam contusões, que podem apresentar diferentes tempos de recuperação: curtos ou longos, em alguns casos, exigirem até intervenções cirúrgicas. Quando associadas a pressões psicológicas, essas contusões aumentam a suscetibilidade a transtornos mentais, como a cinesiofobia, que é o medo de sofrer novos traumas físicos. Um estudo recente revela que 81% dos indivíduos submetidos à cirurgia de reconstrução do ligamento cruzado anterior (LCA) voltaram a praticar alguma atividade esportiva no pós-operatório; no entanto, apenas 55% dos atletas retornaram ao nível esportivo anterior. Além disso, outra pesquisa mostra que cerca de 32% dos indivíduos relataram que a cinesiofobia foi o motivo para não retornarem à prática do esporte após a lesão do ligamento cruzado anterior. Objetivos: Assim, de acordo com os fatos apresentados referente à problemática, este trabalho tem por objetivo evidenciar as relações fundamentais entre a psiquê do atleta e sua recuperação após o processo cirúrgico de reconstrução de LCA. Metodologia: Trata-se de uma revisão de literatura integrativa de abordagem descritiva, utilizando-se estratégias de busca a partir dos descritores: “esportes”, “cirurgia”, “ligamento cruzado anterior” e “psicologia”, assim como seus respectivos em inglês, segundo sugestões da plataforma DeCS. A pesquisa foi realizada nas bases de dados PubMed, Medline e Lilacs.Os critérios de inclusão foram: publicações dos últimos seis anos, em português ou inglês, com correlação significativa com o tema proposto. Resultados: Ainda que outros elementos, como déficits na força do quadríceps, controle neuromuscular e tarefas funcionais clínicas influenciem no retorno de atletas após cirurgia reconstrutiva de LCA, um dos principais componentes que auxiliam a reabilitação é o acompanhamento psicológico, dada a importância dos fatores psicossociais, que sugerem tempos de recuperação prolongados, maiores taxas de recorrência de lesões, menores taxas de retorno ao esporte e desempenho reduzido no regresso. Portanto, estudos introduzem o “modelo biopsicossocial dinâmico”, que busca compreender as respostas do esportista a recuperação da lesão. Esse modelo avalia três formas de respostas do indivíduo após a lesão: cognição (pensamento e autopercepção), afeto (carga emocional) e comportamento (influenciado pelos dois anteriores). A sinergia dessas respostas influencia um resultado melhor na reabilitação do atleta, sendo, então, fundamental o acompanhamento dessas variáveis por uma equipe multidisciplinar. Conclusão: O acompanhamento psicológico é um fator crucial na reabilitação de atletas submetidos à cirurgia de reconstrução do LCA, influenciando diretamente o retorno ao esporte e o desempenho pós-lesão. O modelo biopsicossocial dinâmico ressalta a importância da interação entre cognição, afeto e comportamento no processo de recuperação. Portanto, uma abordagem multidisciplinar é essencial para melhorar os resultados e reduzir as taxas de recorrência de lesões.
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Thiago Ruam Nascimento
gabriel jose lopes
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