Introdução:
O câncer de mama é um grave problema de saúde pública e é o tipo de câncer mais comum entre mulheres em todo o mundo, afetando tanto países em desenvolvimento quanto desenvolvidos.De acordo com dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), o câncer de mama representa 30,1% dos casos de câncer estimados para 2023, considerando a localização primária do tumor e o sexo. Essa neoplasia é caracterizada pelo crescimento desordenado e acelerado de células anormais, formando um tumor no tecido mamário.Este estudo visa analisar a distribuição do câncer de mama no Brasil, com foco específico em casos diagnosticados por laudos citopatológicos entre 2013 e 2024. A análise epidemiológica busca fornecer uma visão detalhada sobre a prevalência e os padrões de diagnóstico, contribuindo para a compreensão da carga da doença e auxiliando no desenvolvimento de estratégias de saúde pública e prevenção.Objetivo:Investigar o perfil clínico e epidemiológico dos pacientes diagnosticados com neoplasia maligna de mama entre 2013 e 2024.Metodologia:Este estudo é um estudo epidemiológico observacional descritivo de base populacional, com abordagem quantitativa. A pesquisa baseia-se na análise de dados secundários obtidos do Departamento de Informações e Informática do SUS (DATASUS). Foram selecionados casos diagnosticados com câncer de mama maligno entre 2013 e 2024, registrados por laudos citopatológicos.Os dados analisados incluíram informações detalhadas sobre características demográficas, clínicas e geográficas dos pacientes, como idade, sexo, localização geográfica e características do tumor. Foram calculados indicadores específicos para cada uma dessas variáveis para identificar padrões de incidência, distribuição geográfica e características clínicas.Resultados:Entre 2013 e 2024, foram notificados no Brasil um total de 111.836 casos de câncer de mama diagnosticados por laudos citopatológicos. Dentre esses casos, uma parte foi classificada como benignos, totalizando 19.770 casos. Destes, 3,17% foram registrados no estado de São Paulo.A análise por faixa etária revelou que o grupo com maior incidência foi o de 45-49 anos, com 26.806 casos, correspondendo a 16,99% do total. Em relação à etnia, a maioria dos casos foi observada em pacientes de raça branca, com 55.203 casos (35%), seguida por pacientes de raça amarela, com 48.951 casos (31,04%).No que diz respeito às características do tumor, foram notificados 157.684 casos. Dentre esses, 2.076 (1,31%) foram classificados como carcinoma ductal, enquanto 74 (0,04%) foram identificados como carcinoma lobular. A elevada prevalência na região de São Paulo destaca a necessidade de monitoramento contínuo e de estratégias de saúde adaptadas às variações regionais na
incidência e no impacto da doença ao longo do tempo.Conclusão:Entre 2013 e 2024, o Brasil registrou 111.836 novos casos de câncer de mama, com a maior parte dos diagnósticos ocorrendo em mulheres na faixa etária de 45 a 49 anos. A análise dos dados enfatiza a importância da mamografia como uma ferramenta fundamental para a detecção precoce da doença. Embora o rastreamento não reduza a incidência do câncer de mama, ele é crucial para identificar a doença em estágios iniciais, o que pode melhorar significativamente as taxas de cura e reduzir a mortalidade.O entendimento detalhado do perfil epidemiológico nacional é essencial para o desenvolvimento de estratégias de rastreamento e tratamento mais eficazes. Com base nesses dados, é possível aprimorar políticas de saúde pública que visem uma detecção mais precoce e um manejo mais eficiente do câncer de mama, contribuindo para a redução da mortalidade e para a melhoria geral dos resultados de saúde para as mulheres brasileiras.
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Thiago Ruam Nascimento
gabriel jose lopes
Luisa reis dos cravos
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