O termo múltipla deficiência refere-se ao nível de comprometimento físico, sensorial, cognitivo, social e emocional ocasionado pela presença de duas ou mais deficiências associadas. A Paralisia Cerebral, Síndrome de Down e a Síndrome Congênita do Zica Vírus, serão os alvos do estudo, na faixa etária de zero a cinco anos. Neste estudo, analisaremos a função semiótica da estimulação sensorial e motora através da música e do movimento neste público. Tem-se o objetivo de inter-relacionar a semiótica ao contexto prático das ações pertinentes à estimulação através de levantamento bibliográfico e a construção de conceitos nas bases teóricas apresentadas. A semiótica sistêmica de Iuri Lotman evidencia, através do conceito de sistema modelizante secundário, a relação da compreensão da signicidade do objeto que o signo representa, levando à construção do conhecimento, a partir de uma experiência anterior, gerando novos conceitos e interpretações em um processo dinâmico. A estimulação pela linguagem corporal e musical geraria uma produção de signos e a partir deles, relações interpretantes. A proposta de unir a música como ferramenta de estimulação consiste em utilizar os princípios que norteiam o processo musical (do ponto de vista neurocientífico) e seus efeitos na motricidade, cognição, linguagem, aspectos sociais e afetivos. Neste sentido, a análise semiótica de cunho cognitivista vem contribuir para elucidar a estrutura de signos e significados, de processamento mental e do processo de desenvolvimento motor, cognitivo e afetivo a partir da modelização secundária, através de uma intervenção pautada na estimulação motora e sensorial, utilizando os elementos musicais como fonte de linguagem acessível e integradora para as crianças com múltiplas deficiências.
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