O processamento visual tem início nas células fotorreceptoras da retina, que transmitem os sinais visuais através das células ganglionares para alvos subcorticais como o colículo superior (CS). A retinose pigmentar (RP) refere-se a um grupo de doenças genéticas que causam à degeneração dos fotorreceptores e a perda progressiva da visão. Utilizando o camundongo RD10 (slow retinal degeneration) que apresenta o pico de degeneração de fotorreceptor no dia pós-natal 25 (P25) fomos avaliar o desenvolvimento das projeções retinotectais comparando-os aos animais controles e a maturação sináptica na retina e no CS, através do conteúdo de subunidades GluN2b de receptores glutamatérgicos NMDA; ?2 do nicotínico, além do EGR, um gene relacionado a atividade neural. Um grupo de animais recebeu injeção intravítrea de HRP para traçar as vias retinotectais e outro foi utilizado para análise de conteúdo proteico por western blotting. O conteúdo de ?2 na retina não altera em P15 e tende a diminuir a partir de P25. No CS, esta subunidade aumenta nas três idades. O conteúdo de ERG no CS não se modifica em P15 mas aumenta em P25 e P60, sugerindo uma atividade compensatória a partir da perda do fotorreceptor. GluN2b parece diminuir em P15, sugerindo um perfil mais maduro das sinapses no CS destes animais. Os resultados indicam que as projeções retinofugais são normalmente formadas e mantidas até a idade adulta, mesmo após a degeneração do fotorreceptor, sugerindo que a manutenção prolongada destas vias possa contribuir para manutenção da ativação cortical.
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