A presente pesquisa tem como objetivo analisar a obra Nossa parte de noite (2021) de Mariana Enriquez, com base no fantástico, com o propósito de discutir sobre subversividade e resistência. O premiado romance de Enriquez narra a história de um pai e um filho que atravessam a Argentina resistindo à influência de um culto religioso e burguês chamado de Ordem, o qual utiliza-se de rituais macabros e sacrifícios humanos para fazer contato com a divindade chamada de Escuridão. Elementos fantásticos estão presentes na narrativa, como as descrições dos rituais macabros, mutilação de corpos e seu caráter mágico, habilidade dos personagens de conversarem com fantasmas, dentre outros. Em meio a tais elementos, a narrativa é marcada por momentos da história argentina em diferentes pontos do país. Com isso em mente, a pesquisa se dedica a uma análise do contexto sociocultural e político da Argentina, principalmente ao correspondente a mais recente ditadura militar do país, procurando entender de que maneira isso se reflete na obra, objeto da pesquisa. Para isso são utilizados os estudos de Darcy Ribeiro (1983), Novaro e Palermo (2007) e Pilar Calveiro (2013), em que se discutem aspectos da ditadura militar argentina, e sobre os estudos do fantástico, lê-se Todorov (1980), Bessière (2012), Campra (2008), Jackson (2009), e Ceserani (2006) e analisando as implicações na relação do fantástico com a realidade extratextual. Almeja-se verificar como fantástico e o histórico se entrecruzam, revelando uma faceta dessa modalidade literária que se revela entre o conflito do real e do irreal.
Comissão Organizadora
RAUIRYS ALENCAR DE OLIVEIRA
Tales Antão de Alencar de Alencar Carvalho
Gustavo Oliveira de Meira Gusmão
IVONEIDE PEREIRA DE ALENCAR
Antonio Gutemberg de Castro Ribeiro Neto
Samaira Cristina Souza Chagas
RAMALHO JOSÉ FERREIRA LEITE
Adriano Silva
ANA CAROLINA PINHEIRO DA SILVA
JAINE MARIA SILVA PARENTES
Florisa Rocha
Amanda Martins Veloso de Sousa
PEDRO PIO FONTINELES FILHO
Leidaiane do Nascimento Pereira
Mario de Sousa Oliveira
Andréa Conceição Gomes Lima
Marcos Assuero da Silva Cruz
Comissão Científica