Manipulação e persuasão no discurso religioso fundador: uma leitura semiótica do sermão do monte

Manipulação e persuasão no discurso religioso fundador: uma leitura semiótica do sermão do monte

• Autor
• Martha Maria Pereira dos Santos
• Co-autores
• Domingos de Sousa Machado
• Resumo

• Partindo do pressuposto de que o Sermão do Monte é o principal discurso de Jesus por consistir  no estabelecimento das normas do reino de Deus, e considerando a Bíblia como o archéion do discurso fundador de uma das maiores religiões da humanidade, esta pesquisa tem como objetivo investigar à luz do instrumental teórico-metodológico da semiótica francesa, que tipo de estratégias de manipulação e persuasão são utilizadas pelo sujeito enunciador em seu discurso, visando manipular o enunciatário a um fazer-crer subjacente a um fazer-fazer. Assim, procuramos dialogar com autores como Greimas (1976, 2014), Bertrand (2003), Barros (2002, 1990), Fiorin (2008a, 2008b, 2016), dentre outros. O corpus da pesquisa é composto dos três capítulos (5 a 7) do Evangelho segundo Mateus, conforme a tradução atualizada de João Ferreira de Almeida. Diante das análises realizadas, identifica-se que a articulação de mais de uma estratégia de manipulação no discurso de Jesus é frequente em quase todas as passagens de seu sermão. Das quais é perceptível a predominância da estratégia de manipulação por tentação, por vezes seguida da estratégia de intimidação, sendo ambas articuladas em sequência. Investindo assim, tanto no querer-fazer quanto no dever-fazer do sujeito. Sendo a estratégia de manipulação menos recorrente a provocação, uma vez que o enunciador busca apresentar-se favoravelmente como o salvador do mundo, seu discurso consiste em estabelecer um vínculo de paz entre Deus e os homens, promovendo, assim, a conjunção dos sujeitos com o objeto valor salvação.

   

• Palavras-chave
• Discurso religioso, Estratégias de manipulação, Semiótica discursiva.
• Modalidade
• Pôster
• Área Temática
• PIBIC-Linguística, Letras e Artes