INTRODUÇÃO: O zika vírus é do gênero flavivírus, e caracteriza-se por arbovirose transmitida pelo aedes aegypti. Essa patologia pode ocasionar malformações neurológicas ao feto e Síndrome de Guillain Barré. OBJETIVO: Evidenciar o perfil epidemiológico dos casos notificados de zika em uma cidade do sudoeste baiano no período de 2017 a 2021. MÉTODOS: Caracteriza-se por estudo descritivo, exploratório e com abordagem quantitativa. A coleta de dados foi realizada em abril de 2022, a partir das informações disponíveis pelo Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) a respeito dos casos notificados de zika vírus em Vitória da Conquista – Bahia, de 2017 a 2021. Os critérios de inclusão adotados foram as notificações de zika vírus em Vitória da Conquista no ano de 2017 a 2021. Já os critérios de exclusão correspondem aos dados socioeconômicos. Mediante a seguinte pergunta norteadora: Qual é o perfil epidemiológico dos casos notificados de zika vírus em Vitória da Conquista no período entre 2017 a 2021? RESULTADOS E DISCUSSÃO: Notificou-se 1894 casos de zika vírus, sendo 674 (35,59%) somente em 2020. Referente a faixa etária e ao sexo, predominou os indivíduos de 20 a 39 anos e em mulheres, com 639 (33,74%) e 1123 (59,29%) respectivamente. No que tange a classificação clínica, prevaleceu os casos inconclusivos, com 1526 (80,57%) e 183 (9,66%) foram detectados com zika vírus. Em relação a forma do diagnóstico, 202 (10,67%) obtiveram a detecção por exames laboratoriais. No entanto, em 1568 (82,79%) dos indivíduos não houve o preenchimento do tipo de diagnóstico utilizado. Referente ao acometimento da zika vírus em gestantes, 37 (1,95%) foram identificadas com a infecção no 2º trimestre gestacional, houve o preenchimento na ficha de notificação de 426 (22,49%) em branco e 300 (15,84%) grávidas não foram infectadas por essa patologia. A respeito da evolução clínica dos pacientes, 186 (9,82%) evoluíram para a cura, porém 1701 (89,81%) foram ignorados em relação ao desfecho clínico. Os achados do presente estudo se assemelham a pesquisa efetuada no Piauí entre 2015 a 2020. CONCLUSÃO: O presente estudo revela uma lacuna no preenchimento adequado da ficha de notificação do SINAN em relação aos casos de zika vírus. Portanto, é imprescindível capacitar a equipe multiprofissional de saúde a respeito da importância de efetuar o preenchimento completo da ficha de notificação compulsória. Contribuindo assim, para compreender o panorama epidemiológico das patologias e minimizar as falhas dos serviços de saúde nesse processo assistencial.
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