Introdução: A dieta equilibrada exerce papel fundamental no controle pois é um fator que também exerce influência sobre os genes no desenvolvimento e evolução da diabetes mellitus tipo II e obesidade. (SANTOS, AMBROSIO-ALBUQUERQUE, 2019). A nutrigenômica, identifica e caracteriza as “assinaturas dietéticas” que denotam a ação dos nutrientes na natureza e expressão do genoma e posteriormente os seus efeitos sobre a saúde (FISCHER, et al., 2020) e vem buscado desvendar o impacto que os fatores nutricionais têm sobre a mediação e expressão de genes específicos, veiculando o potencial destes compostos no controle de doenças e os seus efeitos (SANTOS, AMBROSIO-ALBUQUERQUE, 2019). Objetivo: O objetivo dessa pesquisa foi identificar os dados da literatura e a interação da nutrigenômica, entre obesidade e diabetes mellitus tipo II. Métodos: Para o desenvolvimento desse estudo, foi realizada uma pesquisa literária, no banco de dados eletrônicos científicos PubMed, Scielo e artigos sobre o tema. Resultados e Discussão: As diferenças genéticas nos indivíduos decorrem das distintas respostas que temos com o meio em que habitamos em especial a alimentação. Com frequência pesquisas moleculares afirmam que determinados fatores ambientais não interferem na expressão gênica. Então, surge a nutrigenômica para ligar esses dois conceitos (SANTOS, AMBROSIO-ALBUQUERQUE, 2019). Foram descobertos 65 genes envolvidos no Diabetes Mellitus tipo II, que participam de metabolismos bioquímicos, regulatórios e sinais de transdução do DNA, capazes de produzir fenótipos associados com essas doenças (SALES, PELEGRINI, GOERSCH, 2014). As proteínas fabricadas por um determinado gene agem ligadas com outras proteínas. Por exemplo, o polimorfismo (IVS6+G82A) da guanina para tirosina (G-T) na interação genética da tirosina fosfatase 1B (PTP 1B) com um polimorfismo (Gln223Arg) no gene receptor da leptina (LEPR) (FUJII, MEDEIROS, YAMADA, 2010). A tirosina fosfatase 1B estabelece relação com a resistência à insulina e a obesidade (FUJII, MEDEIROS, YAMADA, 2010). A obesidade é um processo inflamatório. Alguns alimentos contêm bioativos anti-inflamatórios, como o ácido cafeico, a quercetina, o tirosol, e o licopeno inibindo a expressão dos genes COX2 e iNOS por meio da diminuição da translocação do fator nuclear Kappa-B do citoplasma para o núcleo (FUJII, MEDEIROS, YAMADA, 2010). A modulação da expressão gênica ocorre durante a transcrição, da síntese de mediadores inflamatórios tendo papel fundamental na obesidade. Assim, a interleucina-1 é um desses mediadores que, após a ativação, estimula a produção de muitas outras moléculas durante a cascata de inflamação (SALES, PELEGRINI, GOERSCH, 2014). O composto bioativo -tocoferol, atua reduzindo o nível desse processo inflamatório crônico que acontece em pessoas obesos. Estudos indicam que esse componente pode ajudar no tratamento da obesidade (FUJII, MEDEIROS, YAMADA, 2010). Conclusão: Apesar de mais estudos que evidenciem a interação de fatores ambientais com o genes, serem necessários, os estudos disponíveis já demonstram mecanismos que elucidam que essa interação existe e que é possível modular os genes através de fatores ambientais, auxiliando no tratamento das pessoas acometidas por obesidade e diabetes mellitus tipo II.
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