INTRODUÇÃO: O Carcinoma Urotelial, também conhecido como câncer de bexiga, é o décimo primeiro câncer mais comum em todo o mundo. O câncer de bexiga não-músculo invasivo (CBNMI) é um dos tipos que ocorre apenas no tecido fino da parede interna da bexiga, sem envolvimento do músculo e sem desenvolvimento para a parte externa da bexiga. O tratamento primário consiste na administração intravesical de Bacille Calmette Guérin (BCG), além de outros tratamentos baseados em anticorpos monoclonais direcionados e imunoterapia com células CAR-T. OBJETIVO: Revisar na literatura artigos científicos que apresentam estudos sobre os avanços em relação ao câncer de bexiga, observando-se o atual estágio das pesquisas e os obstáculos encontrados para o aprimoramento do tratamento, dando ênfase ao CBNMI. MÉTODOS: Foi realizada uma pesquisa bibliográfica entre 2020 e 2022 nas bases de dados PubMed e SciELLO usando na seleção as palavras-chave: “bladder cancer non muscle invasive”, “BCG”, “immunotherapy” e “urinary bladder neoplasms”. Na pesquisa foram encontrados 15 artigos científicos, os artigos foram analisados pelos seus títulos, seguida da leitura dos seus resumos e textos completos, para assim confirmar a relação dos artigos selecionados e o tema abordado neste trabalho. Foram selecionados 8 artigos neste trabalho. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Observou-se que o tratamento com (BCG) intravesical foi a primeira terapia a ajudar a reduzir a progressão e os riscos de reincidência em câncer de bexiga não-músculo invasivo (CBNMI) de alto risco. Seu uso pode determinar uma resposta completa em aproximadamente 70% dos casos, com 60% dos pacientes podendo relatar uma nova recorrência em um ano. O BCG apresenta uma atual escassez mundial que vem resultando em esquema de priorização nas clínicas, concomitante a essa escassez, há outros obstáculos a serem superados, tais como os mecanismos de resistência da célula tumoral para escapar da resposta imune induzida pelo BCG. Tendo em vista esses mecanismos, avanços no uso da imunoterapia antiproteína de morte celular programada 1 (PD-1), vem se mostrando cada vez mais promissor, principalmente com a recente aprovação do Pembrolizumabe pela Food and Drug Administration (FDA), dos quais proporcionam uma diminuição nas doses de BCG, além de diminuírem eventos que levem a intolerância ao bacilo. Os esforços para evitar a falta de resposta do BCG vem do objetivo de atrasar ou até mesmo evitar a realização da cistectomia radical, que apresenta impacto na qualidade de vida, do qual é responsável pela morte de 10,6% dos pacientes em 90 dias. CONCLUSÃO: O tratamento do carcinoma urotelial não-músculo invasivo apresenta avanços com redução da progressão e diminuição dos riscos de recidiva, por meio do uso da BCG intravesical. Porém, a escassez de BCG e a necessidade de superar os mecanismos de resistência da célula tumoral. Torna necessário mais estudos para um tratamento eficaz e para se chagar a cura.
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