Introdução: Segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente, é proibida qualquer forma de trabalho até os 13 anos de idade, sendo dever do Estado e da sociedade a proteção da infância (BRASIL, 1990a). No entanto, segundo Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, no Brasil em 2019, havia uma população de 38,3 milhões de indivíduos com idade entre 5 e 17 anos, sendo que 1,8 milhão destas estavam em situação de trabalho infantil (IBGE, 2019). Apesar da redução de 16,8% observada, com relação a 2016, esses dados ainda permanecem elevados, percebendo-se um longo caminho até a erradicação e cumprimento dos direitos das crianças e adolescentes, o que proporcionaria assim um crescimento e desenvolvimento saudável. Diante de tal realidade, o Sistema Único de Saúde, deve contribuir com o combate à exploração do trabalho infantil, oferecendo atenção integral à saúde de crianças e adolescentes. Neste contexto, a educação em saúde tem se apresentado como um instrumento de fortalecimento para construção do conhecimento em saúde, através de práticas e saberes, que promovem a mudança social dos sujeitos e comunidade (AGUIAR, 2020). Objetivos: Relatar a experiência vivenciada por discentes da graduação em enfermagem ao realizar ações de educação em saúde mediados pela ludoterapia, direcionadas para a prevenção do trabalho infantil. Descrição da Experiência: Trata-se de uma ação de educação em saúde realizada em alusão ao dia 12 de junho, Dia Mundial Contra o Trabalho Infantil, ocorrida em 13 de junho de 2022, em local público, com crianças estudantes da Escola Municipal Frei Manuel Procópio, em Imperatriz. Aconteceram apresentações relacionadas ao tema "Para que o nosso futuro não chore, precisamos ser melhores", com a participação dos graduandos do curso de enfermagem, vinculados ao projeto de extensão Enfermeiros do Riso, da Universidade Federal do Maranhão. Os extensionistas propuseram reflexão acerca da temática citada ao expor e exemplificar os prejuízos provocados pelo trabalho infantil na sociedade. As atividades desenvolvidas foram mediadas pela ludoterapia e compreenderam a contação e interpretação de histórias, como a representação da rotina de Benedito, uma criança que tinha de trabalhar no lixão para auxiliar no sustento da família. Associada à narração, também houve cantigas de roda e cirandas enfatizando o significado do brincar na infância. Resultados: A invisibilidade do trabalho infantil converge no déficit da identificação de agravos à saúde de crianças e adolescentes trabalhadores. Mostrou-se relevante a abordagem lúdica em ambiente social e para comunidade, pois permitiu um pensamento crítico-reflexivo, pelo qual se apresentou algumas faces do problema, suas consequências para a saúde infantil que levam a danos, como a evasão escolar, acidentes de trabalho, e mudanças comportamentais. Ademais, a participação dos graduandos do curso de Enfermagem permitiu compreender o papel de atores sociais que acompanham a sua profissão. Conclusão: A experiência foi construtiva e viável, e percebeu-se significativa compreensão dos presentes, adultos e crianças, quanto à urgência da temática. Embora ainda haja muito a ser desempenhado, a ação educativa impulsiona os autores e ouvintes a permanecer no enfrentamento destes desafios, visando a atenuá-los e, por fim, saná-los.
Comissão Científica