AÇÃO EDUCATIVA INTERPROFISSIONAL DE HUMANIZAÇÃO SOBRE O PROCESSO DE DOAÇÃO DE ÓRGÃOS: RELATO DE EXPERIÊNCIA

  • Autor
  • Bianca Ribeiro Soares
  • Co-autores
  • Caio Cesar Barbosa , Karina Suzuki
  • Resumo
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    INTRODUÇÃO: A realidade brasileira acerca do processo de doação de órgãos é crítica. Hoje, a recusa familiar configura-se como um dos principais motivos para que a doação não seja realizada. Em Goiás, a taxa de negativa famíliar para doação de órgãos e tecidos encontra-se em 70,8%, consideravelmente acima da média nacional de 44% (CET-GO, 2021-2022). Para superar esse quadro, uma das estratégias utilizadas é a sensibilização conscientizadora, propiciada por meio da prática colaborativa interprofissional (OMS, 2010). OBJETIVO: Relatar a atuação interprofissional de acadêmicos dos cursos de Psicologia e de Enfermagem, integrantes de uma extensão universitária, no mês de conscientização sobre a doação de órgãos em um hospital público da região metropolitana de Goiânia, Goiás. MÉTODOS: Trata-se de um relato de experiência dos dias 26 e 27 de setembro de 2022, vivenciados por dois membros da Liga Acadêmica de Doação e Captação de Órgãos para Transplantes (Liga DOA - Goiás), da Faculdade de Enfermagem da Universidade Federal de Goiás (FEN/UFG). A vivência aconteceu no Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás (HC/UFG - EBSERH), por meio de uma oficina de metodologia participativa, baseada na “pedagogia problematizadora” (POLEJACK & SEIDL, 2015), planejada pelo acadêmico de Enfermagem e facilitada por exposição oral pela discente de Psicologia. Além do diálogo orientado para o processo de ensino-aprendizagem, houve a utilização de um material lúdico de simples compreensão fundamentado pelo HumanizaSUS, da Política Nacional de Humanização (PNH). Esse, foi intitulado como “Blitz do Setembro Verde: Mitos e Verdades”, composto por folhas impressas com 12 afirmativas sobre o tema do processo de doação de órgãos. A ação educativa foi realizada em seu primeiro dia com o público interno do hospital (servidores, discentes e terceirizados) e, no segundo dia, com os usuários da saúde, nas filas e salas de espera dos ambulatórios. RESULTADOS: Durante os dois dias de ação foi possível perceber a importância da educação em saúde em todos os níveis da rede de serviços, considerando a inclusão de trabalhadores e gestores na determinação do processo de doação. Frente aos questionamentos, alguns integrantes do público interno mostraram certa ansiedade profissional, mas a valorização dos saberes técnicos anteriores e a compartilhação de experiências durante as rodas em grupo da oficina, possibilitaram um manejo respeitoso diante dos desconhecimentos. Os usuários em saúde, grupo não especializado e com marcada diversidade socioeconômica, puderam compreender seu protagonismo e seus direitos relacionados à doação de órgãos, por vezes abordados a partir de estigmas e fantasias apresentadas pela fala. Inesperadamente, ao longo da ação, dois usuários manifestaram-se trasplantados – um com transplante renal e outra transplantada de córneas. CONCLUSÃO: A interprofisisonalidade é ferramenta de otimização dos seviços de saúde e pode, aliada à educação em saúde, potencializar uma alta na taxa de conversão de doação, a longo prazo, na comunidade goiana e nacional. Não obstante, a humanização como artifício do cuidado no Sistema Único de Saúde (SUS) não configura-se como um ato caricato ou bondoso, mas como uma prática que deve ser executada a fim de um bom resultado no processo de produção de saúde.

     

  • Palavras-chave
  • relações interprofissionais; psicologia; enfermagem; educação em saúde; doação de órgãos.
  • Modalidade
  • Pôster
  • Área Temática
  • SUS no âmbito hospitalar
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  • Atuação multiprofissional na atenção hospitalar.
  • Atenção Hospitalar
  • SUS no âmbito hospitalar

Comissão Organizadora

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