O papel da via Wnt/beta-catenina no câncer gástrico

O papel da via Wnt/beta-catenina no câncer gástrico

• Autor
• Luísa Haase Krause Barretto
• Co-autores
• Caroline Matos Silva , Pedro José Farias Bach , Raquel Ribeiro Pires , Marcus Studart Prata , Bruna Teixeira Marques
• Resumo

• Introdução: O carcinoma gástrico está entre as principais neoplasias malignas do mundo, ocupando a sexta posição de neoplasia mais incidente e a terceira em relação ao índice de mortalidade mundial. O surgimento dessa patologia está relacionado a diversas alterações genéticas e epigenéticas que interferem nos mecanismos de controle do crescimento e proliferação celular. Um deles é a Via Wnt/beta-catenina que está envolvida no desenvolvimento embrionário, mecanismos de homeostase de células maduras e no processo de carcinogênese. Objetivo: O objetivo desse estudo foi analisar as alterações da Via Wnt/betacatenina, envolvida no surgimento de neoplasias, para melhor compreensão do mecanismo patogênico do câncer gástrico. Método: Este estudo é uma revisão de literatura com artigos presentes nos bancos de dados da Scielo no mês de junho de 2019. Os descritores utilizados foram “WNT” e “Câncer” e os critérios de seleção: idioma “português”, tipos de literatura “artigo” “citável” e área temática “ciências da saúde”, publicados no período de 2016 e 2019. Foram encontrados 114 artigos e selecionados os títulos que melhor abordassem o tema proposto. Dessa forma, após leitura dos trabalhos, 7 artigos foram considerados elegíveis para a elaboração do presente estudo. Resultados: A via de sinalização Wnt/beta-catenina é conhecida como via canônica e sua função é regular a atividade nuclear da beta-catenina na transcrição gênica e subsequente expressão de proteínas. Esta via está frequentemente envolvida na carcinogênese gástrica e várias proteínas dessa via podem sofrer mutação ou serem expressas atipicamente em tecido tumoral gástrico. Foi visto que a desregulação citosólica da proteína beta-catenina está diretamente relacionada ao desenvolvimento de neoplasias. Fisiologicamente, a concentração citosólica de beta-catenina é controlada pela ação de um complexo de destruição, composto pela proteína estrutural Axina, supressor de tumor adenomatous polyposis coli gene product (APC), caseína-quinase-1 (CK1), e glicogênio-sintase-quinase-3-beta (GSK3-beta). A GSK3-beta fosforila a amina terminal da beta-catenina, resultando no reconhecimento e degradação desta pela via ubiquitina-proteossoma. Esse processo mantém os níveis de beta-catenina citosólica baixos, inibindo a ação nuclear da via. A via de sinalização canônica se inicia quando o ligante Wnt se liga ao receptor transmembranoso Frizzled e seu co-receptor LRP5/6. Este complexo recruta o complexo de destruição (Axina, GSK3-beta, CK1, APC) e suas interações levam a ativação de proteínas estruturais Dishevelled (Dsh), responsável pela inibição enzimática da GSK3-beta citosólica. Com isso, não há fosforilação da beta-catenina citosólica, nem sua degradação proteosomal, e consequentemente, ocorre seu aumento citosólico. Em maior concentração, a beta-catenina consegue migrar para o núcleo celular, onde atua como coativador transcricional para diversos genes. Entretanto, os mecanismos que promovem a desregulação da via WNT no câncer gástrico ainda não estão completamente esclarecidos. Vale ressaltar que a via na?o-cano?nica também tem relação com a neoplasia gástrica, devido à proteína Wnt-5a, envolvida na progressão do câncer gástrico, sendo sua expressão positiva sinal de melhor prognóstico. Conclusão: As alterações da via Wnt/beta-catenina envolvidas no surgimento da neoplasia gástrica, ainda não são conhecidas em sua totalidade, devendo permanecer como objeto de estudos futuros, a fim de que novos tratamentos quimioterápicos possam ser desenvolvidos contra a neoplasia gástrica.

• Palavras-chave
• beta Catenina, Neoplasias Gástricas, Proteínas WNT
• Área Temática
• Oncologia

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