Hemocromatose hereditária: uma revisão.

  • Autor
  • Elizabete Steyse Rocha Aquino
  • Co-autores
  • Alessandro Gonçalves Bezerra , Lorenna Heloise Valério Roca , Suzana dos Santos Vasconcelos , Amanda Alves Fecury
  • Resumo
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    Introdução: A Hemocromatose Hereditária é uma doença autossômica recessiva, associada em até 85% dos adultos, à mutação do gene HFE (classical hereditary hemochromatosis), classificada como tipo 1. Nesta doença, verifica-se o aumento inapropriado da absorção intestinal de ferro, com consequente acúmulo progressivo desse íon em diferentes órgãos parenquimatosos, podendo ocasionar lesão tecidual, fibrose e insuficiência funcional. Ainda que a penetrância da doença seja reduzida, a morbimortalidade nos indivíduos afetados é relevante e a sua discussão contínua é necessária. Objetivos: Realizar uma revisão sobre a Hemocromatose Hereditária tipo 1, suas principais manifestações clínicas, diagnóstico e tratamento. Métodos: Foi realizada uma revisão integrativa a partir da busca de estudos nas bases Science Direct, Directory of Open Acess Journals e SCIELO. O termo de busca foi “Hemocromatose Hereditária” e o período considerado foi de 2005 a 2019. Foram encontrados 25 trabalhos dos quais 6 foram selecionados para leitura completa. Os critérios de inclusão foram os idiomas português, inglês e espanhol, a disponibilidade online do estudo e a compatibilidade com o tema. Resultados: Os sintomas da Hemocromatose Hereditária tipo 1 geralmente aparecem pela   4ª ou 5ª décadas de vida e predominam em homens. Contribuem para a progressão da doença o consumo de bebidas alcoólicas ou vitamina C em excesso, infecção pelo vírus B ou C da hepatite, ter anemia hemolítica crônica, entre outros.  Os sintomas mais referidos são: fadiga, artralgia/artrite, dor abdominal, diminuição da libido ou impotência sexual e perda de peso. Os sinais clínicos mais frequentes são: hepatomegalia, hiperpigmentação da pele, hipogonadismo, artropatia, esplenomegalia, diabetes mellitus, cirrose hepática, miocardiopatia e/ou arritmia. A principal causa de óbito nesses pacientes é o carcinoma hepatocelular, na qual o risco é 200 vezes maior que na população em geral. A American Association for the Study of Liver Diseases (AASLD) orienta que a população alvo de rastreio para a hemocromatose deve consistir em indivíduos com história familiar da doença, sintomas ou alterações bioquímicas e/ou imagiológicas que sugiram sobrecarga de ferro.  Duas dosagens consecutivas de saturação de transferrina, com valores acima de 45% para ambos os gêneros, e da ferritina sérica acima de 200 ng/ml nas mulheres e 300 ng/ml nos homens, indicam a necessidade do estudo do gene HFE. Exames adicionais para confirmar a sobrecarga de ferro devem ser realizados, como a biópsia hepática, a espectroscopia de absorção atômica do fígado ou a ressonância nuclear magnética, que pode ser utilizada para avaliar diferentes órgãos e não é invasiva. O tratamento do paciente com Hemocromatose Hereditária compreende a remoção do excesso de ferro do organismo por meio de flebotomia. Para aqueles que possuem contraindicação, quelantes de ferro podem ser utilizados.  Conclusão: Apesar de ser uma patologia de fácil diagnóstico e sobrevida semelhante à da população em geral, se identificada antes do início do diabetes mellitus e tratada antes do desenvolvimento da cirrose hepática, a Hemocromatose Hereditária ainda é frequentemente esquecida na prática clínica. Dessa forma, é necessário que os médicos estejam aptos para diagnosticar e realizar as condutas ideais para evitar a progressão da doença. 

     

  • Palavras-chave
  • Hemocromatose, Genética, HFE
  • Área Temática
  • Hematologia
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O I Congresso Acadêmico Beneficente de Oncologia e Hematologia da Liga Acadêmica de Oncologia e Hematologia (LAOH) é uma iniciativa de seus membros em parceria com docentes e colaboradores a fim de promover a realização de um evento acadêmico científico de relevância que contribua para fortalecer os tripés ensino-pesquisa-extensão. 

O objetivo central deste evento, além de complementar a formação e aprendizado dos participantes, é contribuir para a disseminação e fortalecimento do âmbito da Oncologia e Hematologia por meio de atividades científicas com contribuições para a realidade local. Além disso, tem o intuito solidário de doação à instituições que lutam contra o câncer.


O I Congresso Acadêmico Beneficente de Oncologia e Hematologia foi um evento sem fins lucrativos, visto que todo o dinheiro arrecado foi destinado à doações para as seguintes instituições:  Hospital Araújo Jorge e a Casa de Apoio São Luiz.


Realizado entre os dias 28 e 29 de setembro de 2020 na modalidade virtual em função da pandemia pelo novo coronavírus, o congresso contou com a presença de profissionais e pesquisadores renomados de todo o Brasil que contribuíram demasiadamente através das palestras, troca de experiências e orientações científicas aos participantes.

  • Clínica Médica
  • Oncologia
  • Hematologia
  • Clínica Cirúrgica
  • Temas Livres

Comissão Organizadora

Camila de Assunção Martins
Paula Pacheco Katopodis
ABLAM Nacional
Bárbara de Magalhães Souza Gomes
Joaquim Ferreira Fernandes
Mariana da Silveira Castro
Mariana de Oliveira Andrade
Wanessa Medeiros Pimenta
Antonio Márcio Teodoro Cordeiro Silva

Comissão Científica

Coordenador Docente: Antonio Márcio Teodoro Cordeiro Silva

Ana Carolina de Castro Mendonça Queiroz
Ana Karolina Lopes
Ana Lúcia Teixeira de Carvalho Zampieri
Andressa Santana Santos
Antônio da Silva Menezes Júnior
Aroldo Vieira de Moraes Filho
Carla Danielle Dias Costa
Clayson Moura Gomes
Cláudio Quintino de Lima Junior
Cristiene Costa Carneiro
Daiane de Oliveira Cunha
Daniel Rodrigues de Bastos
Edna Joana Claudio Manrique
Elisângela Gomes da Silva
Fernanda de Oliveira Feitosa de Castro
Flávio Monteiro Ayres
Frank Sousa Castro
Fábio Silvestre Ataides
Gésner José de Almeida Filho
Hermínio Mauricio da Rocha Sobrinho
Isabel Cristina Carvalho Medeiros Francescantonio
Isabela Cinquini Junqueira
Jacqueline Andréia Bernardes Leão-Cordeiro
Jalsi Tacon Arruda
Laiza Alencar Santos Barros
Larisse Silva Dalla Libera
Leonardo Luiz Borges
Lorenna Rocha Lobo e Silva Mamede
Lucas Luiz de Lima Silva
Marco Aurélio Cândido de Melo
Marcos Vinícius Milki
Marcus Vinícius Paiva de Olveira
Nathália Amaral Nogueira
Poliana Peres Ghazale
Pollyanna Silva
Renata de Bastos Ascenço Soares
Roseneide Aparecida Conde
Selma Rodrigues Alves Montefusco
Suzana Ferreira Alves
Sérgio Henrique Nascente Costa
Thaiza Dias dos Anjos
Vinicius Barreto da Silva
Vivianny Aparecida Queiroz Freitas
Xisto Sena Passos