VARIAÇÕES HEMATOLÓGICAS NOS DIFERENTES ESTÁGIOS DE INFECÇÃO POR COVID-19: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

VARIAÇÕES HEMATOLÓGICAS NOS DIFERENTES ESTÁGIOS DE INFECÇÃO POR COVID-19: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

• Autor
• Thaiz Geovana Bezerra
• Co-autores
• Maria Angélica Otero de Melo dos Reis , Layandra Vittória de Assis , Tainara Sales Miranda , Thales Miranda Sales
• Resumo

• Introdução: O surto de coronavírus iniciado em 2019 (COVID-19) tem proporcionado desafios para o meio científico, que precisa compreender os mecanismos de interação desse vírus com o organismo humano.  Embora existam correlações entre COVID-19 e outras doenças, a identificação dos preditores clínicos e laboratoriais da progressão da doença para forma grave é uma necessidade urgente, de modo que seja possível realizar a estratificação e distinção dos pacientes que se encontram em estágios leves a graves, a partir dos seus marcadores hematológicos. Objetivos: Revisar a literatura científica com o intuito de compreender as alterações hematológicas causadas no organismo de pacientes devido à infecção pelo COVID-19 em seus diferentes estágios. Métodos: Realizou-se uma seleção de artigos na base de dado PUBMED, utilizando os seguintes descritores: “COVID- 19”, “Infection” e “Hematology”. Os critérios de inclusão foram artigos de meta-análise publicados no ano de 2020, idioma inglês, no total de 9 artigos, sendo incluídos somente 3 após análise e leitura total do estudo e comprovação de sua coerência com o objetivo. Resultados: O prognóstico e diagnóstico da infecção por SARS-CoV-2 em pacientes com diferentes riscos podem ser auxiliados por parâmetros laboratoriais hematológicos, à medida que estes demonstram um estado de inflamação significativa. Os pacientes com diagnóstico confirmado apresentam oscilações laboratoriais em relação ao hemograma completo, parâmetros de coagulação e fatores relacionados à inflamação de acordo a magnitude da doença. Os níveis significativamente mais baixos de leucócitos, neutrófilos e trombócitos em pacientes com COVID-19 marcam os estágios iniciais da doença, mesmo que estes níveis ainda não sejam considerados como leucopenia ou neutropenia.  Contudo, para o  grupo de pacientes com  COVID-19 grave a contagem é maior para leucócitos e neutrófilos, fato que pode estar relacionado a infecções bacterianas secundárias, visto que, os resultados demonstram leucocitose e neutrofilia, e existe a maior probabilidade de tempestade de citocinas, o que pode resultar em uma piora clínica significativa. A desregulação da resposta imune em pacientes graves de COVID-19 é caracterizada pela linfopenia, em que se acredita ser por conta da ação citotóxica do vírus. A diminuição de linfócitos CD4 e CD8, o que levanta a hipótese de que estes, essenciais na defesa imunológica, devem ter sua contagem analisada, especialmente das células CD4, como possível preditor clínico de gravidade e prognóstico. O dímero D também se associa quando positivamente com a gravidade, o que evidencia as anormalidades da coagulação no ciclo da doença. Conclusão: Em análise aos estudos selecionados torna-se clara a diferença no padrão de anormalidades inflamatórias, hematológicas, bioquímicas e imunes entre os pacientes com COVID-19 em sua forma leve e grave, ressaltando que já existem parâmetros claros que podem assistir na identificação e diagnóstico precoce da doença. Entretanto, devido à pronunciada variação na sua  apresentação clínica, se faz de suma importância a capacidade preditiva de casos potencialmente graves através da análise de marcadores hematológicos, reforçando a necessidade de novos estudos que permitam delimitar quais seriam os parâmetros indicados para tal.

• Palavras-chave
• Hematologia, COVID- 19, Infecção
• Área Temática
• Hematologia

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