Transplante de fígado: susceptibilidade à infecção por SARS-CoV-2 no período pós-operatório.

  • Autor
  • Roberta Karolline de Souza Lima
  • Co-autores
  • Daniel Martins Correia , Érika de Fátima Machado Soares , Bruna Karolayne Oliveira Sampaio , Louryanne de Castro Silva , Miyuki yamashita
  • Resumo
  •  

    Introdução: O SARS-CoV-2, vírus causador da COVID-19, usa a enzima conversora de angiotensina 2 (ECA-2) para infectar suas células hospedeiras. No fígado essa enzima é expressa por colangiócitos, células que revestem os ductos biliares. Em indivíduos submetidos ao transplante de fígado (TF) a ECA-2 é aumentada no tecido e no soro, sustentando a hipótese de que os tecidos do transplantado ficariam mais suscetíveis à infecção por SARS-CoV-2. Objetivo: Relatar a susceptibilidade e o prognóstico de pacientes no período pós-operatório de TF à infecção por SARS-CoV-2. Método: Trata-se de uma revisão integrativa realizada na base de dados PubMed, associando os descritores: Liver transplation, SARS-Cov-2 e COVID-19. Como critério de inclusão, optou-se por estudos em inglês, de acesso gratuito, publicados em 2020, que relataram a ocorrência da COVID-19 em pacientes no período pós-operatório de TF. Foram excluídos da análise aqueles que não atendiam às questões norteadoras da pesquisa, assim como teses, dissertações e editoriais. Resultados: Foram encontrados 19 artigos, após serem utilizados os critérios de inclusão/exclusão, selecionou-se 4 para análise. Um dos estudos apontou que de 13 pacientes com COVID-19 que estavam no pós-operatório de TF (0-9 dias após a cirurgia) quando contraíram a doença, 7 desenvolveram pneumonia grave (53,8%) e 4 morreram (30,7%) por infecção pulmonar grave, levando à falência de múltiplos órgãos, indicando desfechos mais graves em comparação com a população sem doenças concomitantes. Tais achados correlacionam-se com o conteúdo dos outros artigos, que apesar de não trazerem dados quantitativos, abordam possíveis mecanismos pelos quais a manifestação da COVID-19 pode ser mais rigorosa nesses pacientes. Dentre os mecanismos estão a maior susceptibilidade à infecção por SARS-CoV-2, devido a expressão elevada da proteína ECA-2 que tem seus níveis aumentados na regeneração hepática, assim como uma combinação do estado hiperinflamatório mediado pela infecção e o uso prolongado de terapias imunossupressoras para evitar a rejeição do novo órgão, o que provoca um combate mais lento do vírus pelo corpo. Além disso o próprio tratamento da COVID-19 pode agravar o quadro, visto que certos medicamentos, como paracetamol, oseltamivir e lopinavir/ritonavir são hepatotóxicos. Conclusão: Em pacientes após a realização de TF a infecção por SARS-CoV-2  pode apresentar pior prognóstico em comparação com indivíduos livres de comorbidades. Tais resultados sugerem que esses pacientes devem ser classificados como grupo de risco e receber vigilância contínua  durante toda a pandemia.

     

  • Palavras-chave
  • COVID, -19, Transplante de fígado, Período Pós-Operatório.
  • Área Temática
  • Clínica Cirúrgica
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O I Congresso Acadêmico Beneficente de Oncologia e Hematologia da Liga Acadêmica de Oncologia e Hematologia (LAOH) é uma iniciativa de seus membros em parceria com docentes e colaboradores a fim de promover a realização de um evento acadêmico científico de relevância que contribua para fortalecer os tripés ensino-pesquisa-extensão. 

O objetivo central deste evento, além de complementar a formação e aprendizado dos participantes, é contribuir para a disseminação e fortalecimento do âmbito da Oncologia e Hematologia por meio de atividades científicas com contribuições para a realidade local. Além disso, tem o intuito solidário de doação à instituições que lutam contra o câncer.


O I Congresso Acadêmico Beneficente de Oncologia e Hematologia foi um evento sem fins lucrativos, visto que todo o dinheiro arrecado foi destinado à doações para as seguintes instituições:  Hospital Araújo Jorge e a Casa de Apoio São Luiz.


Realizado entre os dias 28 e 29 de setembro de 2020 na modalidade virtual em função da pandemia pelo novo coronavírus, o congresso contou com a presença de profissionais e pesquisadores renomados de todo o Brasil que contribuíram demasiadamente através das palestras, troca de experiências e orientações científicas aos participantes.

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Comissão Organizadora

Camila de Assunção Martins
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Antonio Márcio Teodoro Cordeiro Silva

Comissão Científica

Coordenador Docente: Antonio Márcio Teodoro Cordeiro Silva

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Ana Lúcia Teixeira de Carvalho Zampieri
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Carla Danielle Dias Costa
Clayson Moura Gomes
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Cristiene Costa Carneiro
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Fábio Silvestre Ataides
Gésner José de Almeida Filho
Hermínio Mauricio da Rocha Sobrinho
Isabel Cristina Carvalho Medeiros Francescantonio
Isabela Cinquini Junqueira
Jacqueline Andréia Bernardes Leão-Cordeiro
Jalsi Tacon Arruda
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Lorenna Rocha Lobo e Silva Mamede
Lucas Luiz de Lima Silva
Marco Aurélio Cândido de Melo
Marcos Vinícius Milki
Marcus Vinícius Paiva de Olveira
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Poliana Peres Ghazale
Pollyanna Silva
Renata de Bastos Ascenço Soares
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Selma Rodrigues Alves Montefusco
Suzana Ferreira Alves
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Vinicius Barreto da Silva
Vivianny Aparecida Queiroz Freitas
Xisto Sena Passos