Transtornos do olfato e do paladar em decorrência da infecção por coronavírus: uma revisão de literatura.

Transtornos do olfato e do paladar em decorrência da infecção por coronavírus: uma revisão de literatura.

• Autor
• Marcela Ribeiro Goulart
• Co-autores
• Ana Carolina Tocantins Albuquerque , Nívea Maria Carvalho Coutinho , Marília Karolyne Dias Pires , Gabriela Milhomem Ferreira , Luiz Felipe Castro Vaz Poloniato
• Resumo

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  Introdução: Os sintomas comuns da deonça por coronavírus (COVID-19) são mal-estar geral, febre, tosse e falta de ar. Outros sintomas incluem dores musculares e articulares, dor de garganta, dor de cabeça, náuseas ou vômito, diarreia e sintomas nasais, especialmente anosmia e disgeusia. Os distúrbios olfatórios e gustativos foram reconhecidos como os primeiros sintomas da infecção por SARS-CoV-2. Sua alta frequência em pacientes com COVID-19 torna-os marcadores diagnósticos fundamentais, potencialmente permitindo a detecção precoce e o isolamento de casos suspeitos. Objetivos: O objetivo desse estudo foi analisar as implicações de COVID-19 no olfato e paladar dos pacientes com a doença. Métodos: Realizou-se uma revisão integrativa através de de pesquisa realizada nas seguintes bases de dados: MEDLINE e LILACS. Estão inclusos neste estudo somente artigos publicados na íntegra, publicados em 2020, totalizando 12 artigos, que abordam assuntos específicos de acordo com os seguintes Descritores em Ciências da Saúde (DeCS): infecções por coronavírus, transtornos do olfato, paladar distorcido. Resultados: Em relação à natureza neuroinvasiva do coronavírus, o SARS-CoV2 compartilha estruturas semelhantes com outros coronavírus, como SARS-CoV e HCoV-OC43, que também são neuroinvasivos e neurotrópicos em humanos. A alta frequência de distúrbios quimiossensíveis em pacientes com COVID-19 é um achado clínico relatado por vários estudos. Esses sintomas são típicos dos estágios iniciais da doença, e, pela sua especificidade, podem ser úteis como rastreamento marcador, sendo assim, foi observado que a perda do olfato é comum (> 60%) e geralmente transitória (3-7 dias). A frequência relativa de sintomas neurológicos e a tendência à regressão espontânea dos distúrbios excluiriam uma invasão do sistema nervoso central com morte neuronal, o que ocorreria na realidade seria a diminuição da manutenção do neurônio olfatório, decorrente da inflamação, que resulta em perda olfativa neurossensorial. Além disso, foi demonstrado que as células que expressam enzima conversora da angiotensina 2 (ACE2), receptor fundamental e funcional da célula hospedeira para SARS-CoV-2, e, portanto, a rota de acesso principal do vírus, revela citocinas pró-inflamatórias excessivas, que podem prejudicar o olfato e sua função. Destaca-se que o vírus pode invadir o sistema nervoso central principalmente através de nervos olfatório e trigêmeo. Assim, a diminuição da detecção limiar da função quimiossensorial trigeminal pode seguir com a disfunção olfatória, o que explica por que o distúrbio gustativo pode coincidir com a alteração olfatória. Conclusão: Portanto, fica claro que distúrbios olfatórios e gustativos são características clínicas importantes para o diagnóstico e detecção da COVID-19, embora seja uma doença nova que exige uma variedade de pesquisas e descobertas, é possível de antemão compreender sua fisiopatologia e suas implicações nos receptores olfativos e do paladar.

   

• Palavras-chave
• Palavras-chave: COVID-19; anosmia olfatória; disgeusia.
• Área Temática
• Clínica Médica

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