A eficácia da dieta cetogênica como terapia adjuvante no tratamento do câncer de mama: uma revisão de literatura.

A eficácia da dieta cetogênica como terapia adjuvante no tratamento do câncer de mama: uma revisão de literatura.

• Autor
• Maria Regina Pereira Corrêa
• Co-autores
• Bruna de Lima Pachêco , Maria Hélida Alves Callou de Sá
• Resumo

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  Introdução: O câncer de mama é o principal indutor de morbidade e mortalidade feminina. Em decorrência disso, há interesse em terapêuticas que auxiliem no progresso do tratamento e no melhor prognóstico de pacientes diagnosticados. Visando isso, a dieta cetogênica surge como um suporte metabólico, que proporciona, por meio da limitação do metabolismo glicolítico, o aumento seletivo do estresse oxidativo nas células cancerígenas, tornando-as mais vulneráveis à radioterapia e quimioterapia e retardando a progressão da doença. Objetivo: Analisar a literatura relativa à eficácia da dieta cetogênica como terapia adjuvante no tratamento do câncer de mama. Método: O trabalho baseou-se em artigos encontrados na base de dados PubMed, bem como em revistas e jornais científicos, utilizando os descritores “Ketogenic Diet”, “Cancer” e “Breast Cancer”. Na busca, os descritores, cadastrados no MeSH, foram associados pelo operador booleano AND. Os critérios de inclusão consideraram artigos publicados nos últimos 5 anos, em língua inglesa ou portuguesa, e compatíveis com os assuntos abordados. Por fim, selecionou-se 3 artigos como referências principais. Resultados: As células do corpo humano se utilizam de sucessivas reações que fornecem energia para o organismo na forma de ATP, possuindo a capacidade de adaptar-se a vias alternativas de produção energética e funcionamento celular. No entanto, estudos em células de um tecido de mama com câncer evidenciaram anormalidades mitocondriais incompatíveis com a produção de energia pela fosforilação oxidativa, tornando-as dependentes do metabolismo glicolítico para manutenção dos níveis energéticos necessários ao seu crescimento. Devido a uma reprogramação metabólica, o Efeito de Warburg, as células cancerígenas metabolizam a glicose em ácido lático mesmo na presença de oxigênio, gerando metabólitos adicionais que impulsionam sua proliferação. Nessas condições, a dieta cetogênica visa diminuir a ingesta de carboidratos e aumentar a de gorduras, reduzindo a glicose e forçando as células cancerosas a dependerem da oxidação dos ácidos graxos ocorrente nas mitocôndrias como fonte energética. Assim, a ausência do metabolismo glicolítico gera a falta de equivalentes redutores capazes de neutralizar as espécies reativas de oxigênio, tornando as células tumorais mais vulneráveis a terapias padrões como a radioterapia e a quimioterapia, e reduzindo o crescimento do tumor a partir do retardo na sua proliferação. Padrões bioquímicos do paciente mostram-se igualmente alterados, pois a redução da glicose sérica leva à diminuição nos níveis de insulina e IGF-1, também relacionados à proliferação celular, além de haver a diminuição do peso corporal decorrente da perda de gordura, que é benéfica por diminuir o estado de inflamação crônica do organismo e o crescimento do tumor. Dessa forma, a dieta cetogênica mostrou ter efeito anti-inflamatório, antiangiogênico e pró-apoptótico para as células cancerígenas, impactando positivamente no prognóstico e na sobrevida dos pacientes. Conclusão: Os resultados mostraram que a dieta cetogênica é uma terapia capaz de melhorar as respostas a tratamentos convencionais, retardando a taxa de crescimento do tumor e aumentando a sobrevida dos pacientes. Assim sendo, apesar de os ensaios clínicos em humanos apresentarem resultados ainda preliminares, a dieta se mostra promissora e benéfica como terapia adjuvante no tratamento de pacientes diagnosticadas com câncer de mama.

   

• Palavras-chave
• Câncer de mama, Dieta cetogênica.
• Área Temática
• Oncologia

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