Introdução: O câncer de colo uterino é a 3ª neoplasia mais incidente em mulheres no país e ocupa a 4ª colocação nas causas de morte pela doença. Em estágios iniciais, a cirurgia tem o papel principal no tratamento e, quando realizada por equipes especializadas, apresenta melhor chance de cura. Com o passar dos anos, a cirurgia minimamente invasiva foi evoluindo e tornou-se o método de escolha no tratamento da doença inicial. Apoiando-se nos benefícios já evidenciados da técnica, como menor risco de infecções, perda de sangue intra-operatória, menor tempo de internação e mais rápida recuperação. Recentemente, o ensaio clínico prospectivo e randomizado LACC (Laparoscopic Approach to Cervical Cancer) avaliou os desfechos oncológicos após histerectomia radical por laparotomia versus via minimamente invasiva. Este estudo teve um impacto muito grande no meio científico, gerando enorme discussão e mudando conceitos. Objetivo: Revisar sobre o estado atual da cirurgia do câncer de colo uterino após o LACC trial. Métodos: Revisão narrativa de literatura realizada em agosto de 2020 através da base de dados PubMed, mediante os descritores (after LACC trial) e (cervical cancer), com aplicação de filtro de publicações dos últimos dez anos. Resultados: O estudo LACC foi um grande divisor de águas e criador de controvérsias da oncoginecologia ao apontar menor sobrevida livre de doença e sobrevida geral na cirurgia minimamente invasiva para câncer de colo uterino em estágios iniciais, além de não reduzir complicações intra e pós operatórias e nem proporcionar melhor qualidade de vida em relação a cirurgia via laparotomia. Após sua publicação, diversos trabalhos corroboraram estes resultados, enquanto outros refutaram seus achados e levantam questionamentos acerca da falta de padronização do procedimento cirúrgico, uso de manipuladores uterinos (relacionados à propagação de células tumorais em cavidade abdominal), experiência e habilidades técnicas do cirurgião, critérios de seleção dos centros participantes e baixa proporção de cirurgias robóticas. Apesar disso, as histerectomias radicais minimamente invasivas diminuíram drasticamente após apresentação de seus dados preliminares e diversas sociedades ao redor do mundo atualizaram suas diretrizes, afirmando que o procedimento via laparotomia é o padrão ouro para tratamento do câncer cervical inicial. Conclusão: Apesar de algumas críticas ao estudo LACC, nenhum outro foi capaz de reproduzir sua magnitude e fornecer evidências tão generalizáveis ao mundo real quanto este. Todavia, é necessário e urgente fomentar a realização de mais estudos similares, desta vez com rígido controle dos parâmetros criticados no LACC, buscando elucidar controvérsias ainda presentes. Diante deste cenário, é dever do médico orientar os pacientes acerca dos riscos e benefícios para que, à luz das evidências científicas, possam realizar uma decisão informada.
O I Congresso Acadêmico Beneficente de Oncologia e Hematologia da Liga Acadêmica de Oncologia e Hematologia (LAOH) é uma iniciativa de seus membros em parceria com docentes e colaboradores a fim de promover a realização de um evento acadêmico científico de relevância que contribua para fortalecer os tripés ensino-pesquisa-extensão.
O objetivo central deste evento, além de complementar a formação e aprendizado dos participantes, é contribuir para a disseminação e fortalecimento do âmbito da Oncologia e Hematologia por meio de atividades científicas com contribuições para a realidade local. Além disso, tem o intuito solidário de doação à instituições que lutam contra o câncer.
O I Congresso Acadêmico Beneficente de Oncologia e Hematologia foi um evento sem fins lucrativos, visto que todo o dinheiro arrecado foi destinado à doações para as seguintes instituições: Hospital Araújo Jorge e a Casa de Apoio São Luiz.
Realizado entre os dias 28 e 29 de setembro de 2020 na modalidade virtual em função da pandemia pelo novo coronavírus, o congresso contou com a presença de profissionais e pesquisadores renomados de todo o Brasil que contribuíram demasiadamente através das palestras, troca de experiências e orientações científicas aos participantes.
Comissão Organizadora
Camila de Assunção Martins
Paula Pacheco Katopodis
ABLAM Nacional
Bárbara de Magalhães Souza Gomes
Joaquim Ferreira Fernandes
Mariana da Silveira Castro
Mariana de Oliveira Andrade
Wanessa Medeiros Pimenta
Antonio Márcio Teodoro Cordeiro Silva
Comissão Científica
Coordenador Docente: Antonio Márcio Teodoro Cordeiro Silva
Ana Carolina de Castro Mendonça Queiroz
Ana Karolina Lopes
Ana Lúcia Teixeira de Carvalho Zampieri
Andressa Santana Santos
Antônio da Silva Menezes Júnior
Aroldo Vieira de Moraes Filho
Carla Danielle Dias Costa
Clayson Moura Gomes
Cláudio Quintino de Lima Junior
Cristiene Costa Carneiro
Daiane de Oliveira Cunha
Daniel Rodrigues de Bastos
Edna Joana Claudio Manrique
Elisângela Gomes da Silva
Fernanda de Oliveira Feitosa de Castro
Flávio Monteiro Ayres
Frank Sousa Castro
Fábio Silvestre Ataides
Gésner José de Almeida Filho
Hermínio Mauricio da Rocha Sobrinho
Isabel Cristina Carvalho Medeiros Francescantonio
Isabela Cinquini Junqueira
Jacqueline Andréia Bernardes Leão-Cordeiro
Jalsi Tacon Arruda
Laiza Alencar Santos Barros
Larisse Silva Dalla Libera
Leonardo Luiz Borges
Lorenna Rocha Lobo e Silva Mamede
Lucas Luiz de Lima Silva
Marco Aurélio Cândido de Melo
Marcos Vinícius Milki
Marcus Vinícius Paiva de Olveira
Nathália Amaral Nogueira
Poliana Peres Ghazale
Pollyanna Silva
Renata de Bastos Ascenço Soares
Roseneide Aparecida Conde
Selma Rodrigues Alves Montefusco
Suzana Ferreira Alves
Sérgio Henrique Nascente Costa
Thaiza Dias dos Anjos
Vinicius Barreto da Silva
Vivianny Aparecida Queiroz Freitas
Xisto Sena Passos