Introdução: O câncer de colo do útero é a terceira neoplasia mais recorrente em mulheres brasileiras, caracterizada por alterações intraepiteliais, que podem se tornar um processo invasor, e tem como causa primária, a infecção pelo Papilomavírus Humano (HPV). Essa patologia possui meios de prevenção e detecção precoce, a exemplo da vacina anti-HPV e o exame de Papanicolau. Entretanto, no Brasil, devido às desigualdades socioeconômicas de suas regiões, as estratégias de rastreamento e tratamento do câncer de colo do útero não são ofertadas de forma igualitária, prejudicando, principalmente mulheres em situação de vulnerabilidade, resultando em diagnósticos na fase avançada da doença, e alta taxa de mortalidade no país. Objetivos: Analisar as diferenças dos índices de mortalidade por câncer de colo do útero entre o Sudeste e o Nordeste do Brasil, e associar os impactos de suas disparidades socioeconômicas nesse cenário. Métodos: Estudo realizado através de dados secundários, referente à mortalidade proporcional não ajustada por neoplasia de colo do útero, entre 2000 a 2018, disponibilizados no Atlas de Mortalidade por Câncer do Instituto Nacional do Câncer (INCA), acessado na plataforma de dados do DATASUS. A análise das informações foi por meio de gráficos gerados pelo programa Tabwin. Resultados: Ao decorrer de quase duas décadas, as mortalidades registradas evidenciaram divergências nas variações das regiões, isto é, no Sudeste, queda média de 0,8% e, no Nordeste, aumento médio de 2,1%, ao analisar os intervalos de um ano para o outro. Além disso, ao realizar um comparativo, entre o início (ano 2000) e o fim (ano 2018) dos registros, notou-se discrepância entre os índices de mortalidade, sendo que, no Sudeste, houve diminuição de 15,4% das mortes por câncer de colo do útero, e, no Nordeste, um preocupante aumento de 40,6%. Dado o exposto, é possível inferir, que as diferenças de mortalidade entre as regiões, são influenciadas por suas características socioeconômicas, como a hierarquia dos serviços de saúde do território brasileiro, onde os centros de referência de tratamento se concentram, principalmente no Sul e Sudeste do país, juntamente com o maior processo de ruralização do Nordeste, em que a população se distancia das Unidades Básicas de Saúde (UBS), centralizadas, em sua maioria, nas áreas urbanas, dificultando o acesso à realização do exame Papanicolau. Assim, essa situação de vulnerabilidade, reflete um ciclo vicioso, de diagnóstico somente em fases avançadas da doença e escassas opções de tratamento efetivo. Conclusão: Diante do estudo, foi possível compreender que, a mortalidade retrata a desigual organização do sistema de saúde brasileiro. Logo, a fim de reduzir as disparidades de mortalidade, é necessária a descentralização dos centros de diagnóstico e tratamento do país, maior acesso das populações rurais às UBS, ou seja, adaptação dos serviços às populações mais vulneráveis, além das ações de caráter preventivo, como a vacinação anti-HPV. Por fim, cabe ressaltar que este trabalho possui limitações devido às subnotificações dos dados, porém os mesmos evidenciam as desigualdades regionais e a necessidade de novas políticas de saúde.
O I Congresso Acadêmico Beneficente de Oncologia e Hematologia da Liga Acadêmica de Oncologia e Hematologia (LAOH) é uma iniciativa de seus membros em parceria com docentes e colaboradores a fim de promover a realização de um evento acadêmico científico de relevância que contribua para fortalecer os tripés ensino-pesquisa-extensão.
O objetivo central deste evento, além de complementar a formação e aprendizado dos participantes, é contribuir para a disseminação e fortalecimento do âmbito da Oncologia e Hematologia por meio de atividades científicas com contribuições para a realidade local. Além disso, tem o intuito solidário de doação à instituições que lutam contra o câncer.
O I Congresso Acadêmico Beneficente de Oncologia e Hematologia foi um evento sem fins lucrativos, visto que todo o dinheiro arrecado foi destinado à doações para as seguintes instituições: Hospital Araújo Jorge e a Casa de Apoio São Luiz.
Realizado entre os dias 28 e 29 de setembro de 2020 na modalidade virtual em função da pandemia pelo novo coronavírus, o congresso contou com a presença de profissionais e pesquisadores renomados de todo o Brasil que contribuíram demasiadamente através das palestras, troca de experiências e orientações científicas aos participantes.
Comissão Organizadora
Camila de Assunção Martins
Paula Pacheco Katopodis
ABLAM Nacional
Bárbara de Magalhães Souza Gomes
Joaquim Ferreira Fernandes
Mariana da Silveira Castro
Mariana de Oliveira Andrade
Wanessa Medeiros Pimenta
Antonio Márcio Teodoro Cordeiro Silva
Comissão Científica
Coordenador Docente: Antonio Márcio Teodoro Cordeiro Silva
Ana Carolina de Castro Mendonça Queiroz
Ana Karolina Lopes
Ana Lúcia Teixeira de Carvalho Zampieri
Andressa Santana Santos
Antônio da Silva Menezes Júnior
Aroldo Vieira de Moraes Filho
Carla Danielle Dias Costa
Clayson Moura Gomes
Cláudio Quintino de Lima Junior
Cristiene Costa Carneiro
Daiane de Oliveira Cunha
Daniel Rodrigues de Bastos
Edna Joana Claudio Manrique
Elisângela Gomes da Silva
Fernanda de Oliveira Feitosa de Castro
Flávio Monteiro Ayres
Frank Sousa Castro
Fábio Silvestre Ataides
Gésner José de Almeida Filho
Hermínio Mauricio da Rocha Sobrinho
Isabel Cristina Carvalho Medeiros Francescantonio
Isabela Cinquini Junqueira
Jacqueline Andréia Bernardes Leão-Cordeiro
Jalsi Tacon Arruda
Laiza Alencar Santos Barros
Larisse Silva Dalla Libera
Leonardo Luiz Borges
Lorenna Rocha Lobo e Silva Mamede
Lucas Luiz de Lima Silva
Marco Aurélio Cândido de Melo
Marcos Vinícius Milki
Marcus Vinícius Paiva de Olveira
Nathália Amaral Nogueira
Poliana Peres Ghazale
Pollyanna Silva
Renata de Bastos Ascenço Soares
Roseneide Aparecida Conde
Selma Rodrigues Alves Montefusco
Suzana Ferreira Alves
Sérgio Henrique Nascente Costa
Thaiza Dias dos Anjos
Vinicius Barreto da Silva
Vivianny Aparecida Queiroz Freitas
Xisto Sena Passos