Internações Hospitalares Pediátricas por Linfoma Não-Hodgkin no Nordeste Brasileiro durante a Última Década: Aspectos Epidemiológicos e Sociodemográficos

Internações Hospitalares Pediátricas por Linfoma Não-Hodgkin no Nordeste Brasileiro durante a Última Década: Aspectos Epidemiológicos e Sociodemográficos

• Autor
• Gabriel José Torres da Silva
• Co-autores
• Amanda Vanessa Bandeira de Araújo Cavalcanti , Maykon Wanderley Leite Alves da Silva , Sthylla da Conceição Antão , Zion Carvalho da Silva , Klaysa Moreira Ramos
• Resumo

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  Introdução: Os Linfomas Não-Hodgkin (LNH) são um grupo de neoplasias linfoides malignas que constitui a quarta maior causa de câncer infantil, sendo as mutações em genes predisponentes a neoplasias malignas uma possível razão para sua prevalência infantojuvenil. Apesar do impacto dessas neoplasias em infantes, carecem dados acerca de sua epidemiologia no Nordeste do Brasil, tornando relevante a investigação. Objetivo: Descrever os aspectos sociais, demográficos e epidemiológicos das internações por LNH no Nordeste brasileiro no período de 10 anos. Métodos: Consiste em um estudo observacional, retrospectivo, de cunho quantitativo, com análise do período de janeiro de 2010 a dezembro de 2019 dos dados sociodemográficos e epidemiológicos do Sistema de Informações Hospitalares do Sistema Único de Saúde. Foi aplicada estatística descritiva e análise das frequências relativa e absoluta. O estudo se restringiu a casos infantis (0 a 14 anos) de Estados do Nordeste e foram utilizadas as variáveis: Autorizações de Internações Hospitalares (AIH), Média de Internação Hospitalar (MIH), gastos totais, faixa etária, gênero, cor/raça, taxa de mortalidade e Unidade Federativa (UF) de internação.  Resultados: Durante o período, foram registradas 4.970 AIHs com tendência de crescimento irregular e pico no ano de 2018, quando foram notificadas 11,8% das autorizações (n= 595), um percentual 42,3% maior do que em 2010, em que houve o menor número de notificações, correspondendo a 7% do total (n= 343). As UFs com maior número de AIHs foram Pernambuco com 25,2% (n= 1.255) e Bahia com 22% (n=1.101) do total. Sobre o perfil das internações, houve maior frequência do gênero masculino com 68% (n=3.378), da etnia parda, com 48,3% dos casos (n=2.402) e das faixas etárias de 5 a 9 e 10 a 14 anos, contribuindo com 35,8% (n= 1.783) e 36,2% (n= 1.803) do total, respectivamente. Com relação à permanência hospitalar, a MIH no período foi de 7,1 dias, com maior média igual a 7,9 dias registrada no ano de 2014. Foram registrados 144 óbitos no período analisado, com pico no ano de 2013 com 21 ocorrências notificadas, derivando em uma mortalidade aproximada de 2,9%. Em relação aos custos, houve registro de R$ 7.251.256,41 gastos, resultando na média anual de R$ 725.125,64, com destaque para os anos de 2013, 2018 e 2019, que somados resultaram em R$ 3.042.372,31, correspondendo a 41% do gasto total. Acerca da morbimortalidade dos LNH, uma coorte realizada entre 2014 e 2015 revelou a importância da investigação de síndromes associadas ao câncer, como deficiência de reparo por incompatibilidade constitucional, nos pacientes com o diagnóstico, pois implicam pior prognóstico e exigem terapia mais agressiva. Conclusão: A média anual de gastos foi de R$ 7.251.256,41 com as AIHs em crescimento irregular dentro do período avaliado. De forma isolada, as variáveis estudadas mostraramm maior prevalência em meninos, pessoas pardas, pernambucanos, e crianças entre 10 e 14 anos, sendo a MIH de 7,1 dias e a mortalidade de 2,9%. Esses dados apontam a relevância constante dos LNH na última década e podem apresentar melhora com a investigação de síndromes associadas ao câncer.

   

• Palavras-chave
• Linfoma não Hodgkin, Morbidade, Pediatria
• Área Temática
• Hematologia

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