Efeitos da radiosinoviortese no tratamento da artropatia hemofílica

Efeitos da radiosinoviortese no tratamento da artropatia hemofílica

• Autor
• Nícolas Patrícius de Medeiros Leite
• Co-autores
• Diego do Nascimento Santana , Thierry Gurgel Fernandes de Gois , Allyssandra Maria Lima Rodrigues Maia
• Resumo

• Introdução: A hemofilia é uma doença genética que afeta mais homens, causando um distúrbio da coagulação sanguínea pela baixa produção do fator VIII ou fator IX, promovendo suscetibilidade às hemorragias e formação de hemartroses. Esta complicação se caracteriza por processos hemorrágicos nos capilares das membranas sinoviais levando ao acúmulo sanguíneo nas cápsulas articulares, originando edema, tríade inflamatória clássica e rigidez. O aparecimento dessa condição ocorre quando os tratamentos convencionais se mostraram ineficazes. Assim, surgiu a radiosinoviortese, como um tratamento complementar que leva à fibrose e oclusão dos capilares sinoviais através de aplicação local de radiofármacos, possuindo a capacidade de reduzir as hemartroses já instaladas. Objetivos: Avaliar quais são as principais indicações para a utilização da radiosinoviortese em articulações que apresentam hemartroses e quais os efeitos que o tratamento produz. Métodos: Trata-se de uma revisão de literatura acerca dos efeitos da radiosinoviortese no tratamento da artropatia hemofílica. A busca foi realizada nas seguintes bases de dados: Pubmed, LILACS e Scielo, através dos termos “radiosynoviorthesis” e “hemophilia”. A busca foi limitada para artigos publicados nos últimos dez anos. Inicialmente, a quantidade de artigos era de 20, e a partir da leitura de título e resumo, o número passou para 9 artigos, que foram lidos na íntegra e dentre os quais 3 foram selecionados para compor esta revisão. Resultados: Percebe-se, na literatura, que dentre os diversos radiofármacos empregados na radiosinoviortese, dois foram os mais utilizados: ítrio-90 e rênio-186, com preferência a do primeiro para aplicação nos joelhos e do segundo para aplicação em tornozelos, quadril e cotovelos. As indicações para inclusão dos hemofílicos nos estudos envolveram basicamente a presença da artropatia e falha clínica à corticoterapia intra-articular, intensidade da dor, frequência da hemartrose e derrame articular. Os autores foram unânimes quanto à queda significativa dos episódios de hemartroses após o tratamento. Quanto à dor articular, também foi relatada melhora significativa pela maioria dos hemofílicos. Esses estudos evidenciaram que os acompanhamentos contínuos são capazes de trazer melhora significa para os pacientes tratados. Foram relatados que em média 85,6% das articulações do joelho, quadril e tornozelo tiveram redução das hemartroses. Além disso, 76,5% dos pacientes afirmaram ter melhora dos episódios da artralgia e somente 1 indivíduo, equivalente a 2,9% dos pacientes, apresentou piora da dor, evidenciando a segurança e efetividade dos resultados para a principal complicação da hemofilia. Conclusão: A radiosinoviortese é efetiva no manejo da artropatia hemofílica, desacelerando sua progressão e evitando sequelas maiores, como o comprometimento da função locomotora e a dor incapacitante, as quais reduzem a qualidade de vida dos pacientes e dos seus familiares.  A radiosinoviortese pode ser ferramenta de primeira escolha, a depender de sua disponibilidade, uma vez que a injeção do isótopo se dá em regime ambulatorial e procedimentos cirúrgicos para abordagem das articulações demandam custo e complexidade muito maior, culminando com maiores taxas de complicações.

• Palavras-chave
• Artropatia, Hemofilia, Tratamento
• Área Temática
• Hematologia

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