Perfil epidemiológico das internações por câncer gástrico no Brasil

Perfil epidemiológico das internações por câncer gástrico no Brasil

• Autor
• Camila Puton
• Co-autores
• Bárbara Custódio Rodrigues da Silva , Bárbara de Magalhães Souza Gomes , Luiza Ferro Marques Moraes , Wanessa Medeiros Pimenta , Antonio Márcio Teodoro Cordeiro Silva
• Resumo

• Introdução: O câncer gástrico (CG) foi responsável por mais de 1.000.000 de novos casos, em 2018, e cerca de 783.000 óbitos, tornando-se o quinto câncer mais diagnosticado e a terceira causa de mortes por câncer, em ambos os sexos, no mundo. A maioria dos pacientes com CG morre, apesar do tratamento multimodal agressivo, pois, geralmente, eles são diagnosticados em estágio avançado. A infecção por Helicobacter pylori(H. pylori)é um fator de risco importante para a carcinogênese gástrica, pois a sua colonização leva à gastrite crônica, predispondo à metaplasia intestinal, displasia e, eventualmente, câncer gástrico. Além disso, fatores dietéticos e o estilo de vida do indivíduo também compõem os fatores de risco. A erradicação da H. pylori e a vigilância endoscópica de pacientes com lesões gástricas de alto risco, as quais, são potenciais neoplásicas, são as melhores estratégias para a prevenção de CG. Objetivos: Descrever o perfil epidemiológico das internações, por câncer gástrico, no Brasil, avaliando o caráter do atendimento e a média de permanência, segundo sexo, faixa etária e etnia, no período de 2015 a 2019. Método: Trata-se de estudo epidemiológico descritivo quantitativo, realizado com dados secundários, extraídos do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS), por meio do Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS). Os dados estavam relacionados ao número de internações, por local de internação, por neoplasia maligna do estômago, entre janeiro de 2015 e dezembro de 2019. Analisou-se, também, a média de permanência das internações e o caráter do atendimento. Adicionalmente, as informações foram caracterizadas por: sexo, faixa etária e etnia. Resultados: Foram registradas, no Brasil, 141.024 internações por câncer gástrico, no período avaliado. No decorrer dos anos, o número de internações aumentou, sendo que, em 2019, foi registrado o maior número de casos, correspondendo a 21,6% (n=30.453) do total. A média de permanência de internação foi de 7 dias e o caráter do atendimento foi, em sua maioria, de urgência, com 64,3% (n=90.725), enquanto as internações eletivas corresponderam a 35,7% (n=50.299) do total. O sexo masculino foi mais acometido pelo câncer gástrico, representando 64,5% (n=90.725) dos casos, enquanto o sexo feminino obteve 35,5% (n=50.108). A maior frequência de hospitalizações, 29,7% (n=41.965), ocorreu em indivíduos entre 60 e 69 anos de idade, seguido por indivíduos de 50 a 59 anos, que corresponderam a 23,3% (n=32.927) dos casos. Adicionalmente, a maioria das internações foi registrada em indivíduos brancos, com 43,0% (n=60.617), seguida de pardos, 36,7% (n=51.725).Conclusão:Diante do exposto, pode-se perceber a impotência do CG como um problema de saúde pública, devido à sua relevante prevalência e mortalidade, no Brasil e no mundo. Sendo assim, são necessárias medidas voltadas para a prevenção e o diagnóstico precoce, que visam identificar pacientes com lesões pré-malignas e erradicar a H. pylori, diminuindo o risco de desenvolver CG. Os pacientes que devem ter maior atenção na prevenção e no diagnóstico precoce são: homens, com mais de 50 anos e brancos, segundo a prevalência apontada nesse estudo.

• Palavras-chave
• Epidemiologia, Neoplasias gástricas, Morbidade.
• Área Temática
• Oncologia

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