Perfil epidemiológico das internações por linfoma não Hodgkin em adultos na região nordeste durante a última década.

Perfil epidemiológico das internações por linfoma não Hodgkin em adultos na região nordeste durante a última década.

• Autor
• Zion Carvalho da Silva
• Co-autores
• Amanda Vanessa Bandeira de Araújo Cavalcanti , Gabriel José Torres da Silva , Maykon Wanderley Leite Alves da Silva , Sthylla da Conceição Antão , Klaysa Moreira Ramos
• Resumo

• Introdução: Os linfomas não Hodgkin (LNH) são um grupo de mais de 20 tipos distintos de doenças proliferativas malignas que acometem o tecido linfoide. A Organização Mundial da Saúde (OMS) classifica-os de acordo com o tipo de célula de origem que é acometida, se linfócitos B ou T e células Natural Killer (NK). Na região nordeste os LNH constituem o décimo mais frequente nos homens e o décimo segundo entre as mulheres, sendo que o risco da doença aumenta quanto maior a idade populacional. Apesar de seu elevado impacto, os aspectos epidemiológicos dos LNH ainda são pouco explorados, o que justifica o estudo proposto. Objetivos: Analisar aspectos epidemiológicos, sociais e demográficos das internações por LNH na região Nordeste nos últimos 10 anos. Métodos: Sucedeu-se um estudo observacional e descritivo, de cunho quantitativo, com dados secundários obtidos através do Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH), do DATA-SUS, obtendo-se os dados epidemiológicos e sociodemográficos das internações por LNH durante o período de Janeiro de 2010 a Dezembro de 2019 das Unidades Federativas (UF) do Nordeste. Como fator de inclusão utilizou-se a faixa etária adulta entre 20 e 59 anos de idade. Posteriormente à obtenção dos dados, foram estudadas as variáveis: Autorizações de Internações Hospitalares (AIH), faixa etária, gênero, raça/etnia, UF de internação e número de óbitos. Resultados: Decorrente da análise dos dados, constatou-se que na última década ocorreram 14.326 internações por LNH na região Nordeste. Desse número, observa-se um aumento discreto nas internações a cada ano, no qual a maior incidência foi computada no ano de 2019 com 14,3% dos casos totais (n=2.060), apresentando uma diferença de 57,5% em relação ao ano de 2010 (n= 875). Esse aumento no número de internações pode ser explicado pela maior acessibilidade aos exames diagnósticos. Em se tratando de faixa etária, o estudo confirmou que à medida em que a idade aumenta a incidência acompanha o ritmo crescente, uma vez que em adultos de 20 a 29 anos os casos correspondem a 21,9% das internações (n=3.137), enquanto na faixa etária de 50 a 59 anos esse número se eleva para 29,6% (n=4.248). Sobre o sexo mais acometido, houve maior número de AIHs no masculino com 58,7% (n=8.412), um aumento de 26,1% em comparação ao feminino. Em relação à etnia, percebe-se uma concentração de AIHs em pardos, que correspondem a 58% (n=8.316). Demograficamente, o estado de Pernambuco se destaca entre os outros oito da região com maior incidência, equivalente a 28,3% (n=4.050), seguido pelo estado da Bahia com 18,3% (n=2.626). O número de óbitos registrados foi de 1.398 durante o período analisado, indicando mortalidade de 9,75%. Conclusão: Observou-se aumento progressivo de internações por LNH no Nordeste. Considerando-se isoladamente as variáveis avaliadas, observou-se uma maior frequência em pessoas entre os 50 e 59 anos, gênero masculino, pardos, pernambucanos e, sendo a mortalidade estimada em 9,75% durante o período. Tais estatísticas reforçam a crescente importância dessas neoplasias em saúde pública.

• Palavras-chave
• Linfoma não Hodgkin, morbidade, epidemiologia
• Área Temática
• Hematologia

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