Internações por Linfoma não Hodgkin em um estado do Nordeste brasileiro: análise dos fatores epidemiológicos

Internações por Linfoma não Hodgkin em um estado do Nordeste brasileiro: análise dos fatores epidemiológicos

• Autor
• Maykon Wanderley Leite Alves da Silva
• Co-autores
• Sthylla da Conceição Antão , Zion Carvalho da Silva , Amanda Vanessa Bandeira de Araújo Cavalcanti , Gabriel José Torres da Silva , Mayara Leite Alves da Silva
• Resumo

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  Introdução: Dentre os cânceres hematológicos, o Linfoma não Hodgkin (LNH) é o mais incidente e faz parte de um grupo heterogêneo de tumores malignos das células B e T. Estima-se que são cerca de 390 mil casos novos/ano e 200 mil óbitos por LNH no mundo, com aumento de 4% ao ano. Isso mostra a importância do reconhecimento da doença e suas repercussões clínicas, sobretudo no estado de Alagoas, que há poucos estudos na literatura sobre a epidemiologia. Objetivos: Explorar a morbimortalidade do linfoma não hodgkin a partir das internações em Alagoas em um período de cinco anos. Métodos: Estudo observacional, retrospectivo, de cunho quantitativo acerca do linfoma não Hodgkin em Alagoas, a partir do Sistema de Informações Hospitalares do SUS de 2014 a 2018. Foi aplicada a estatística descritiva e análise das frequências relativa e absoluta por meio das variáveis de Autorização de Internação Hospitalar (AIH) aprovadas, caráter de atendimento, faixa etária, sexo, cor/raça, Média de Permanência Hospitalar (MPH), valores totais gastos e taxa de mortalidade. Resultados: Foram constatadas 884 autorizações de internação hospitalar – alguns estudos mostram que, nas últimas décadas, a incidência vem aumentando, parcialmente explicado pela melhora no diagnóstico da doença, na análise histopatológica e nos registros dos bancos de dados. No sexo, 61,5% (n=544) eram de homem e 38,5% (n=340) de mulheres. 74,5% (n=659) foram pacientes atendidos em caráter de urgência e 25,5% (n=225) em caráter eletivo. Estudos apontam que os pacientes diagnosticados com LNH possuem maior probabilidade desenvolver doenças crônicas com aumento da gravidade no transcorrer do tempo, como obesidade, diabetes, colesterol alto e hipertensão arterial sistêmica, sobretudo doenças cardiovasculares, sendo fatores de risco importantes para a síndrome metabólica. A faixa etária mais acometida foi de 50 a 59 anos de idade, o que correspondeu a 17,8% (n=157) casos, seguida de 60 a 69 anos com 13% (n=115). Em um estudo de 2018, que desenvolveu e aplicou questionários internacionais e transculturais para LNH, observou que pacientes com idade mais avançada tinham mais fadiga e comprometimento físico. Quanto à cor/raça, notou-se que 76% (n=671) das internações de pardos, o que corrobora com um estudo transversal de 2019 do Centro de Oncologia do Amazonas. Com isso, as AIHs de LNH resultaram em uma MPH de 6,8 dias e um investimento público total de R$ 1.230.180,06 reais. Já a taxa de mortalidade foi cerca de 8,8% em Alagoas. Um estudo sobre a tendência da mortalidade de LNH no Brasil apontou taxas diferentes no território brasileiro, o que pode ser explicado pelos diversos fatores de risco, tipos de registros desses dados e mudanças no diagnóstico e tratamento nos estados. Conclusão: O LNH ainda é doença que acomete diversos alagoanos e brasileiros, com morbimortalidade de 6,8 dias de internação e 8,8% de taxa de mortalidade, acometendo mais homens, em regime de urgência, de 50 a 59 anos e pardos. É necessário otimizar as políticas públicas para diminuir esses dados, além de melhorar o atendimento na atenção básica, com diagnóstico e tratamento cada vez mais precoce.

• Palavras-chave
• Política Pública, Indicadores de Morbimortalidade, Linfoma não Hodgkin.
• Área Temática
• Hematologia

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