Características sociodemográficas e epidemiológicas dos pacientes com esquizofrenia, transtornos esquizotípicos e delirantes no estado de Alagoas

Características sociodemográficas e epidemiológicas dos pacientes com esquizofrenia, transtornos esquizotípicos e delirantes no estado de Alagoas

• Autor
• Maykon Wanderley Leite Alves da Silva
• Co-autores
• Sthylla da Conceição Antão , Zion Carvalho da Silva , Amanda Vanessa Bandeira de Araújo Cavalcanti , Gabriel José Torres da Silva , Mayara Leite Alves da Silva
• Resumo

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  Introdução: A esquizofrenia caracteriza-se por ser um transtorno mental de múltiplas facetas, isto é, complexa e ocasiona mudança de comportamento e de pensamento. Estudos recentes reafirmam que os pacientes costumam desenvolver comorbidades clínicas e possuem diminuição da expectativa de vida. Os transtornos esquizotípicos são caracterizados por um comportamento alterado e por anomalias no modo de pensar e de sentir. Por fim, os transtornos delirantes são caracterizados pela presença de delírios por um longo tempo e não é do tipo de transtornos de caráter orgânico, esquizofrênico e de humor. Nenhum estudo foi publicado ainda que mostrasse essa condição nos pacientes de Alagoas e as políticas públicas desenvolvidas para aumentar o processo da reforma psiquiátrica, a partir de um mapeamento do perfil epidemiológico e sociodemográfico. Objetivos: Analisar o perfil dos pacientes com esquizofrenia, transtornos esquizotípicos e delirantes no estado de Alagoas. Métodos: Estudo transversal do tipo epidemiológico sobre o perfil dos pacientes com esquizofrenia, transtornos esquizotípicos e delirantes no estado de Alagoas nos últimos cinco anos, a partir do Sistema de Informações Hospitalares (SIH/DATASUS) e da análise estatística descritiva, com base nas variáveis de Autorização de Internação Hospitalar (AIH), média de internação hospitalar, valor total de gastos e taxa de mortalidade. Resultados: 27.232 internações foram registradas no estado de Alagoas de pacientes com esquizofrenia, transtornos esquizotípicos e delirantes, sendo 65,2 % (n=17.745) de homens e 34,8% (n=9.487). A faixa etária com mais internações correspondeu dos 40 aos 49 anos, com 28,4% (n=7.735) de pessoas acometidas. Em análise temporal dos casos de cada ano (2015, 2016, 2017, 2018 e 2019), a mediana de internações foi 5.306 e uma média de 5.446,4 casos por ano, com destaque para o ano de 2015, que obteve um total de 6.441 internações. A média de internação hospitalar alagoana foi de 65,12 dias, com mediana de 67,2 dias, que ocorreu no ano de 2016. A média do período avaliado da taxa de mortalidade foi de 2,09% e veio regredindo nos últimos cinco anos de 0,62% em 2015 para 0,05% em 2019. Isso tudo gerou um valor total de investimentos - que a rede hospitalar de Alagoas necessitou destinar especificamente para a esquizofrenia, transtornos esquizotípicos e delirantes – de aproximadamente R$ 34.832.640,82 reais, com destaque para os últimos anos de 2018 e 2019, que aumentaram os investimentos com R$ 7.349.717,22 reais e R$ 8.573.904,77 reais, respectivamente, em comparação aos demais anos analisados. Conclusão: O estado de Alagoas possui, ainda, muitos casos de internação hospitalar de pessoas com esquizofrenia, transtornos esquizotípicos e delirantes e uma taxa muito alta de permanência hospitalar, o que reforça a importância dos gestores públicos na destinação de recursos financeiros para o tratamento e, principalmente, a prevenção dessa condição. As políticas públicas precisam ser mais otimizadas e direcionadas para reforma psiquiátrica, que ocorre não apenas em Alagoas, mas em todo o Brasil, com atenção integral à saúde do paciente.

• Palavras-chave
• Política Pública, Indicadores de Morbimortalidade, Saúde Pública
• Área Temática
• Clínica Médica

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